quarta-feira, 10 de outubro de 2012

EUA ADVERTE SOBRE USO DE MIILITARES EM AÇÕES POLICIAIS


EUA advertem América Latina sobre uso de militares em ações de policiais. Exército contra o tráfico pode não ser uma solução a longo prazo, diz Panetta

O Globo
Com agências internacionais
Publicado: 8/10/12 - 11h28



Leon Panetta, ao lado da embaixadora americana para o Uruguai, em Punta del Este: contra Exército agindo como polícia AFP


PUNTA DEL ESTE, Uruguai - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, alertou os países latino-americanos nesta segunda-feira a tomarem cuidado com o uso de forças militares no desempenho de funções destinadas à polícia, acrescentando que as autoridades civis deveriam ser reforçadas na aplicação da lei. No encontro de ministros da Defesa do continente, na cidade uruguaia de Punta del Este, Panetta disse que o fato de muitos países da região usarem as Forças Armadas para lidar com problemas como o tráfico de drogas ou guerrilheiros “pode não ser uma solução a longo prazo”.

Na Décima Conferência de Ministros de Defesa das Américas, Panetta reconheceu que algumas vezes é difícil definir se ameaças à paz e à estabilidade do país devem ser tratadas por militares ou pela polícia - um debate que também dividiu os EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001.

- Em alguns casos, os países desviaram suas forças de defesa para apoiar autoridades civis. Para ser claro, isso pode não ser uma solução a longo prazo - disse.

Seus comentários tinham como destino países latino-americanos que têm empregado o Exército particularmente no combate a cartéis de drogas e outros tipos de atividades criminosas para restabelecer a paz. Além das críticas, Panetta levou promessas de ajuda:

- Como parceiros, os Estados Unidos vão fazer o possível para cobrir brechas de capacitação entre as forças armadas e civis. Estamos comprometidos a ajudar de uma forma que respeite os direitos civis, o domínio da lei e a autoridade civil - declarou. - Podemos estender a mão, mas as autoridades civis devem ser capazes de carregarem esse fardo sozinhas.

No encontro, ele pressionou por uma colaboração maior entre os países em questões de defesa, como parte de uma nova estratégia do Pentágono. E defendeu a criação de uma base de dados que permita às nações se coordenarem melhor na resposta a desastres naturais.

A nova estratégia busca renovar os laços do Pentágono com a América Latina após uma década em que Washington se concentrou nas guerras no Iraque e no Afeganistão.

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