domingo, 21 de outubro de 2012

BM PRENDE CHINESES QUE ATRAVESSARAM O RIO URUGUAI

ZERO HORA. 21 de outubro de 2012 | N° 17229

COIOTES DA FRONTEIRA

PF prende chineses em Uruguaiana


Seis chineses foram presos na manhã de sábado quando tentavam entrar ilegalmente no Brasil.

Eles atravessavam de barco o Rio Uruguai – que liga Paso de Los Libres, na Argentina, a Uruguaiana, na Fronteira Oeste – e foram pegos próximo à margem brasileira por volta das 7h. A Polícia Federal notificou o grupo, que registrava passagem pelos Emirados Árabes, e deu um prazo de três dias para que deixem o país.

A prisão foi feita pela Brigada Militar. Após receber denúncia anônima, os policiais se deslocaram para uma área próxima de onde costuma ocorrer o desembarque de imigrantes conduzidos por coiotes. O crime tem se tornado comum na região e vários casos foram registrados desde março, quando o movimento migratório irregular se intensificou. De acordo com a PF, em média 10 imigrantes por mês são impedidos de entrar no país.

Falando em mandarim e com dificuldades de comunicação em outras línguas, os imigrantes silenciam sobre os agenciadores da viagem. O coiote que conduzia o grupo dos seis chineses conseguiu escapar. No final de agosto, uma operação da PF deteve 13 chineses com entrada clandestina.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

FAB USA AVIÕES SEM PILOTO PARA VIGIAR FRONTEIRAS




REVISTA ÉPOCA, 18/10/2012 21h09 - Atualizado em 18/10/2012 21h12

FAB usa aviões sem piloto pela primeira vez para vigiar fronteiras. Imagens captadas pelas aeronaves permitiram a polícia interceptar um veículo suspeito. Operações combatem o tráfico na região do Peru e Bolívia

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE



Operação com o Vant foi feita na fronteira da Bolívia com o Brasil (Foto: CB Silva Lopes/FAB/EFE)


A Força Aérea do Brasil (FAB) usou pela primeira vez aviões não tripulados na vigilância da fronteira com a Bolívia. Os militares usaram duas unidades do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) em uma operação de treinamento conjunta realizada com a Polícia Rodoviária Federal nesta quarta-feira (17) nas imediações da cidade de Cáceres, no Mato Grosso.

As imagens feitas pelos Vants permitiram a polícia interceptar um veículo suspeito que tentou fugir de uma reserva montada pelo Exército em uma estrada, segundo um comunicado da FAB.

O exercício ocorreu no marco da Operação Ágata VI, que mobilizou rumo às fronteiras com o Peru e a Bolívia cerca de 7,5 mil soldados para reforçar as operações contra o narcotráfico e o contrabando.

Os Vants têm uma autonomia de voo de 16 horas e podem filmar imagens em alta resolução de dia e de noite de uma altitude de 5,5 mil metros.

Na operação, participam soldados do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que contam com apoio de caças-bombardeiros, helicópteros de combate, lanchas de patrulha e blindados.

As tropas foram deslocadas ao longo dos 4.216 quilômetros de fronteiras amazônicas com o Peru e a Bolívia e calcula-se que permanecerão ali durante duas semanas.

AC

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TRÁFICO DE PESSOAS

ZERO HORA 17 de outubro de 2012 | N° 17225



475 brasileiros foram aliciados em seis anos


Entre 2005 e 2011, pelo menos 475 brasileiros foram aliciados e vendidos por quadrilhas de traficantes para serem explorados como mercadoria no Exterior. 

A maior parte das vítimas (337) sofreu exploração sexual enquanto um grupo de 135 pessoas foi submetido a trabalho escravo. 

Os dados fazem parte do diagnóstico sobre tráfico de pessoas no Brasil, elaborado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

QUADRILHA TRAFICOU DOIS MIL ANIMAIS EM SEIS MESES


ZERO HORA 17 de outubro de 2012 | N° 17225

COMÉRCIO ILEGAL. Operação Pampa Verde apreendeu aproximadamente 600 espécies

ROBERTO AZAMBUJA


Operação da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) prendeu, ontem, oito pessoas suspeitas de tráfico internacional de animais silvestres. Ao menos duas quadrilhas, lideradas no Estado, teriam ramificações no Uruguai, na Argentina e em São Paulo.

OIbama acredita que, ao longo dos seis meses de investigação, as duas células criminosas tenham contrabandeado cerca de 2 mil animais, entre exóticos e nativos. Ontem, 10 mandados de busca e apreensão recuperaram aproximadamente 600 exemplares em poder de ambos os grupos durante a Operação Pampa Verde. Outras três ações prévias teriam apreendido mais 600 espécies, na maioria aves, somando um total de 1,2 mil animais recuperados.

Um uruguaio que residia em Porto Alegre seria o principal líder de uma das quadrilhas, conforme a PF. A mulher e o filho dele também fariam parte do grupo, especializado na compra dos animais capturados em cidades da Campanha, bem como aqueles criados em cativeiro no Uruguai e na Argentina. Dali, seguiam para distribuição em São Paulo e outras regiões do Brasil.

A PF apurou que alguns investigados do outro grupo também atuavam no tráfico de armas e munições do Uruguai para o Brasil.

– As quadrilhas se inter-relacionavam. Uma era especializada em remeter a distribuidores no Brasil. A outra vendia diretamente a pet shops – afirma a titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente da PF, delegada Aletea Marona Kunde.

Transporte era feito em condições precárias

O tráfico era realizado por meio de carros populares, “sem camuflagem”, para não levantar suspeitas, segundo a PF. Os suspeitos preferiam viajar durante a madrugada, pois a fiscalização é menor, e transportavam centenas de animais espremidos em gaiolas minúsculas. Em algumas ocasiões, cerca de 60% dos espécimes chegavam ao destino final já mortos, explica a delegada Aletea:

– Às vezes, (os animais) saíam da Argentina com uma temperatura muito baixa e não aguentavam as oscilações climáticas até São Paulo, por exemplo.

Régis Fontana Pinto, chefe de fiscalização do Ibama no RS, lamenta o fato de os suspeitos presos serem os mesmos que atuam no Estado há mais de 20 anos. Segundo ele, a legislação de crime ambiental mais branda e a falta de estrutura para monitorar os casos de tráfico de animais têm dificultado a repressão no Brasil.

– A maioria dos compradores ainda é pessoas que buscam ter um bichinho de estimação, mas que não os legalizam – sinaliza.

– A sociedade precisa entender que, se existe o traficante, há o consumidor. O nosso objetivo é coibir e intimidar a prática – completa o superintendente do Ibama em Porto Alegre, João Pessoa Moreira Júnior.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

LEI PARA DESENVOLVER AS FRONTEIRAS

ZERO HORA 12 de outubro de 2012 | N° 17220. ARTIGOS

Ana Amélia Lemos*

Ao sancionar a lei que autoriza a instalação de lojas francas nas cidades gêmeas, na fronteira do Brasil com outros países, a presidente Dilma Rousseff não só acolheu iniciativa do Congresso, mas teve sensibilidade de atender uma antiga demanda da fronteira gaúcha e brasileira, onde o padrão de desenvolvimento continua muito baixo. Mais do que os ganhos para o comércio e o turismo de mais de 30 cidades gêmeas brasileiras na fronteira com municípios de países vizinhos, trata-se de um estímulo social com impactos diretos na autoestima dos moradores, trabalhadores, produtores rurais, comerciantes e empreendedores das cidades. Além disso, os consumidores estrangeiros que visitarem o Brasil terão acesso aos produtos oferecidos pelas lojas francas. A Lei 12.723/2012, mais conhecida como Lei dos Free Shops, de autoria do presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), deverá ser relevante instrumento para desenvolver a fronteira, hoje desassistida e abandonada.

No caso do Rio Grande do Sul, Estado que mais se beneficia com essa legislação, os ganhos serão ainda maiores. Nas 10 cidades gaúchas (Aceguá, Barra do Quaraí, Chuí, Itaqui, Jaguarão, Porto Xavier, Quaraí, Santana do Livramento, São Borja e Uruguaiana), beneficiadas pela nova lei, as vantagens vão desde a melhoria de perspectivas e oportunidades até o enfrentamento da concorrência desleal sentida pelos municípios gaúchos em relação às cidades estrangeiras com estruturas semelhantes à de shopping centers. Os moradores da fronteira, desprovidos, até então, de marcos legais focados no comércio fronteiriço, estavam limitados e sem poder abrir lojas, gerar empregos, estimular o crescimento do município ou trabalhar para o enriquecimento das populações fronteiriças. A ausência de uma lei ou de uma norma estimuladora para o desenvolvimento foi barreira aos avanços sociais e econômicos dessa parte importante, mas sempre esquecida, do Rio Grande do Sul.

A Receita Federal ainda irá definir a regulamentação e o formato de funcionamento dos free shops. Mesmo assim, os avanços serão visíveis. Economistas e estatísticos avaliam que ainda é cedo para quantificar, em números, o volume dos recursos e mercadorias que passarão a circular nas economias das cidades de fronteira do Rio Grande do Sul, a partir desta nova oportunidade de negócios. Informações extraoficiais estimam que somente nos free shops uruguaios são comercializados anualmente US$ 1 bilhão, dos quais US$ 700 milhões na fronteira do Rio Grande do Sul. Como se trata de um modelo novo, bem diverso do funcionamento padrão das lojas francas dos aeroportos, os ajustes serão construídos e os esforços afinados a partir de agora, com a necessária consulta à comunidade interessada, como requer a democracia.

O primeiro passo para essa transformação importante foi dado. Após três anos de articulações e acordos no Congresso Nacional, conseguimos a aprovação antes do término das eleições municipais. Normalmente, projetos dessa natureza ficam décadas à espera de um consenso.

Podemos dizer que parte do “mapa do desenvolvimento fronteiriço” está pronto. Prefeitos e vereadores, novos e reeleitos, terão agora a opção de começar 2013 mais confiantes com as possibilidades que uma lei como essa abre aos municípios das cidades de fronteira. Poderá ser o fôlego que faltava para melhorar a confiança dos gaúchos, especialmente daqueles com talento para o empreendedorismo.

*Senadora (PP-RS), relatora da Lei dos Free Shops no Senado Federal

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mais uma razão para o Brasil criar a POLÍCIA NACIONAL DE FRONTEIRAS. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

EUA ADVERTE SOBRE USO DE MIILITARES EM AÇÕES POLICIAIS


EUA advertem América Latina sobre uso de militares em ações de policiais. Exército contra o tráfico pode não ser uma solução a longo prazo, diz Panetta

O Globo
Com agências internacionais
Publicado: 8/10/12 - 11h28



Leon Panetta, ao lado da embaixadora americana para o Uruguai, em Punta del Este: contra Exército agindo como polícia AFP


PUNTA DEL ESTE, Uruguai - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, alertou os países latino-americanos nesta segunda-feira a tomarem cuidado com o uso de forças militares no desempenho de funções destinadas à polícia, acrescentando que as autoridades civis deveriam ser reforçadas na aplicação da lei. No encontro de ministros da Defesa do continente, na cidade uruguaia de Punta del Este, Panetta disse que o fato de muitos países da região usarem as Forças Armadas para lidar com problemas como o tráfico de drogas ou guerrilheiros “pode não ser uma solução a longo prazo”.

Na Décima Conferência de Ministros de Defesa das Américas, Panetta reconheceu que algumas vezes é difícil definir se ameaças à paz e à estabilidade do país devem ser tratadas por militares ou pela polícia - um debate que também dividiu os EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001.

- Em alguns casos, os países desviaram suas forças de defesa para apoiar autoridades civis. Para ser claro, isso pode não ser uma solução a longo prazo - disse.

Seus comentários tinham como destino países latino-americanos que têm empregado o Exército particularmente no combate a cartéis de drogas e outros tipos de atividades criminosas para restabelecer a paz. Além das críticas, Panetta levou promessas de ajuda:

- Como parceiros, os Estados Unidos vão fazer o possível para cobrir brechas de capacitação entre as forças armadas e civis. Estamos comprometidos a ajudar de uma forma que respeite os direitos civis, o domínio da lei e a autoridade civil - declarou. - Podemos estender a mão, mas as autoridades civis devem ser capazes de carregarem esse fardo sozinhas.

No encontro, ele pressionou por uma colaboração maior entre os países em questões de defesa, como parte de uma nova estratégia do Pentágono. E defendeu a criação de uma base de dados que permita às nações se coordenarem melhor na resposta a desastres naturais.

A nova estratégia busca renovar os laços do Pentágono com a América Latina após uma década em que Washington se concentrou nas guerras no Iraque e no Afeganistão.