sábado, 1 de setembro de 2012

CAMINHÃO DA FRONTEIRA ENCONTRADO COM DROGAS EM PORTO ALEGRE

 
ZERO HORA 01 de setembro de 2012 | N° 17179

CARGA ILEGAL. Versão mais potente da droga abasteceria bocas de fumo de Porto Alegre


EDUARDO TORRES

Um caminhão cor de laranja, com placas de Foz do Iguaçu (PR), parado em um posto de combustíveis da Avenida Assis Brasil, no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, chamou a atenção da polícia. Por volta das 4h de ontem, traficantes fechavam os últimos detalhes de uma encomenda de maconha, escondida nos tanques do veículo. Mas agentes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) chegaram ao local e acabaram com a operação criminosa.

Aação resultou na apreensão de mais de 400 quilos de maconha do tipo “skunk” (mais potente e cultivada em estufas), que abasteceriam bocas de fumo de pelo menos um bairro integrado pelo programa RS na Paz (policiamento comunitário), em Porto Alegre – o nome do Território da Paz não foi divulgado pelos policiais.

Foram presos três “brasiguaios” (pessoas com cidadania brasileira e paraguaia), contratados para transportar a droga, um paranaense, que seria o negociador, e um gaúcho, que teria chegado ao posto para fazer o pagamento e a distribuição da droga. De acordo com a polícia – que não divulgou os nomes dos suspeitos –, todos tinham antecedentes por tráfico.

– Eles vinham de Ciudad del Este (Paraguai), e atendiam a uma encomenda de traficantes daqui. Vínhamos monitorando esses contatos e agora desarticulamos mais uma quadrilha – explicou o delegado Rodrigo Zucco.

Traficantes criaram compartimento falso

Oficialmente, o caminhão tinha uma carreta carregada com sucatas para reciclagem. A droga estava escondida entre os dois tanques de combustíveis. Os criminosos criaram um compartimento falso dentro dos tanques. Em vez de circular com a carga máxima de combustível, mais de dois terços do tanque eram isolados para abrigar os tijolos de maconha.

Segundo o delegado, a investigação prossegue para desarticular outros ramos da quadrilha, e por isso o Denarc não divulgou qual seria o destino da droga. A ação da madrugada de ontem tem relação com as apreensões feitas uma semana antes, em uma operação desencadeada entre São Leopoldo e Novo Hamburgo.

– São traficantes que se beneficiam do mesmo esquema, que investigamos há mais de um ano e estamos próximos de encerrar – apontou o delegado.

Na semana anterior, entre os cumprimentos de mandados de busca no Vale do Sinos, os agentes encontraram um corpo enterrado sob uma casa que servia como boca de fumo. O cadáver, supostamente de um gerente do tráfico, continua sem identificação no Departamento Médico Legal de Novo Hamburgo.

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