quarta-feira, 20 de julho de 2011

CONEXÃO PARAGUAIA INDICA ATUAÇÃO DE NOVATO NO TRÁFICO DE DROGAS EM PORTO ALEGRE


Apreensão indicaria ingresso de novato - NILSON MARIANO, zero hora 20/07/2011

Polícia acredita que traficante se estabeleceria na Capital com 395 quilos de maconha
Um novo traficante de drogas, considerado ousado e com ramificações na zona produtora de maconha do Paraguai, pode estar agindo em Porto Alegre. O alerta soou na madrugada de ontem, quando 18 agentes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apreenderam, na zona sul da Capital, 395 quilos de maconha em uma casa abandonada.

Odiretor do Denarc, delegado Heliomar Franco, destaca que a apreensão surpreende por motivos além da quantidade. Grandes volumes de maconha já foram interceptados em rodovias ou na área rural, em sítios, mas não dentro da cidade. Via de regra, os tóxicos são partilhados antes de entrar na Capital, na estratégia dos traficantes de despistar a polícia e diminuir os prejuízos em caso de apreensão.

– É alguém novo, um brasileiro, que foi ousado ao estocar grande quantidade – avalia Franco.

A apreensão dos 395 quilos ocorreu às 5h da madrugada, na Avenida Juca Batista, dentro da Operação Guarani – o nome é referência a traficantes paraguaios que falam a língua indígena quando acertam negócios com os comparsas brasileiros. Quando as viaturas do Denarc chegaram à residência, ninguém escoltava a droga.

O delegado da 1ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (DIN) do Denarc, Mario Souza, diz que as investigações eram feitas desde março. Nos últimos dois dias, os policiais vigiavam a casa onde estava armazenada a maconha, mas não viram os traficantes. Eles podem ter desconfiado da presença policial e se escondido. Para garantir a prova do crime, o Denarc resolveu apreender o entorpecente.

– Não há perda nas investigações, porque conseguimos a materialidade do crime – diz Franco.

Jato de tinta em pacotes pode indicar procedência

A apreensão foi a primeira etapa. A segunda será ir atrás dos traficantes. Franco assegura que existem pistas, trata-se de uma quadrilha que atua há pelo menos uma década na Capital. Alguns têm antecedentes na Justiça. Nos últimos meses, teve o reforço do novo traficante.

– Tem gente nova. Vamos atrás dos suspeitos, são indivíduos astuciosos – aposta o delegado.

Avaliada em cerca de R$ 500 mil, a carga de maconha veio do Paraguai, desceu por Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina até entrar em Porto Alegre. Franco não sabe exatamente a rota rodoviária, mas acredita que veio em um só veículo. Embalada em diferentes tamanhos, tinha jatos de tinta azul e preta nos pacotes, o que pode indicar a procedência ou o destinatário. A suposição é de que seria distribuída exclusivamente na Zona Sul.

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