quarta-feira, 29 de junho de 2011

LAVAGEM DE DINHEIRO E TRÁFICO PILOTADOS DE SC

ESCOLINHA DO CRIME. Lavagem de dinheiro e tráfico pilotados a partir de Joinville. Esquema envolvia fazendas no MT, cocaína da Bolívia e distribuição para sete estados brasileiros por caminhões madeireiros - ROELTON MACIEL | JOINVILLE, diario catarinense, 29/06/2011

As principais ações da Operação Catimbó, da Polícia Federal (PF) – que investiga a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas em sete estados brasileiros –, tiveram um desfecho ontem, com o primeiro balanço de uma investigação que durou cerca de um ano. Os policiais federais encerraram o cumprimento de 11 mandados de prisão com uma certeza: o esquema de tráfico e lavagem era controlado por dois joinvilenses e ainda contava com a participação de um negócio de fachada em Joinville: uma escolinha de futebol.

Os homens apontados pela PF como os mentores de todo o esquema são Lourival Pires Ribeiro, o “Juca Pires”, e seu filho Robson Pires Ribeiro. Eles foram presos no sábado, em Curitiba (PR), mas moravam e tinham negócios em Joinville.

– O Lourival era o grande responsável pela logística do esquema. Ele controlava fazendas no interior do Mato Grosso, por onde a droga chegava em aviões vindos da Bolívia. Depois, com o apoio do filho, organizava a distribuição para outros estados – afirma o delegado federal Wagner Mesquita de Oliveira.

O delegado também negou qualquer envolvimento do Joinville Esporte Clube (JEC) no esquema desvendado pela Operação Catimbó. Na segunda-feira, o clube negou ter feito negócios que envolvessem dinheiro com Jideon Pereira Santos, apontado como dono da escola de futebol usada como fachada.

Conforme o delegado, Lourival já havia sido condenado por tráfico de drogas após outra operação da Polícia Federal, em 1994. Ele chegou a ser citado durante a Comissão Par­­lamentar de Inquérito (CPI) do Nar­­cotráfico, em 2000.

Em buscas nas fazendas de Lourival no MT, foram encontrados cerca de 160 quilos de cocaína enterrada, além de pistas clandestinas para aviões. A polícia apreendeu outros 800 quilos da droga em fazendas que também teriam ligações com ele.

– Se fosse vendida, essa droga poderia render até R$ 10 milhões – calcula o delegado Wagner.

As pistas da investigação indicam que Lourival e Robson expandiram o esquema depois que o traficante brasileiro Maximiliano Dourado Munhoz Filho, o “Max”, foi preso na Bolívia, no fim do ano passado.

Prisão de traficante abriu mercado para o grupo

Como “Max” era considerado o maior fornecedor de cocaína da região, os joinvilenses herdaram uma grande demanda desde o começo do ano. Ainda ontem, a PF procurava outros dois suspeitos de participarem do grupo. Até o encerramento desta edição, ninguém mais havia sido preso.

A INVESTIGAÇÃO

O primeiro passo para o desencadeamento da Operação Catimbó foi dado ainda durante a Operação Ressaca, em maio do ano passado. Na época, a Polícia Federal investigou e prendeu Éder de Souza Conde, maior distribuidor de drogas da Grande Curitiba e conhecido como o “Fernandinho Beira-Mar” do Paraná. No carro dele, os policiais encontraram um cartão de visitas em nome de Robson Pires Ribeiro.

– O nome dele e o sobrenome da família eram bastante conhecidos. De lá pra cá, passamos a verificar quais eram as ligações entre eles – conta o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira.

Conde foi julgado e condenado a 22 anos e três meses de prisão na semana passada. Durante o processo, a Justiça confiscou imóveis e veículos do traficante, avaliados
em mais de R$ 4,3 milhões. Outras oito pessoas acusadas de envolvimento na quadrilha também foram condenadas.

Na edição de ontem, 28 de junho, o Diário Catarinense publicou reportagem com as primeiras prisões e apreensões da Operação Catimbó em Joinville e Curitiba.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

OS MAIS BARRADOS NA FRONTEIRAS AÉREAS DE UE

Brasileiros foram os mais barrados nas fronteiras aéreas da UE. Segundo agência, 6.072 brasileiros tiveram entrada negada nos aeroportos do bloco em 2010, o equivalente a 12% do total. O ESTADO DE SÃO PAULO, 27 de junho de 2011 | 8h 03


Os brasileiros são os estrangeiros que mais tiveram a entrada recusada nos aeroportos da União Europeia em 2010 e o sexto grupo com mais permanências ilegais detectadas.

De acordo com a agência europeia de controle de fronteiras, Frontex, no ano passado 6.072 brasileiros foram barrados pelas autoridades europeias ao tentar entrar no bloco por via aérea, o equivalente a 12% do total de entradas recusadas.

Quase 30% dos casos envolvendo brasileiros ocorreu na Espanha, onde 1.813 pessoas foram enviadas de volta ao Brasil principalmente por não poder justificar o motivo da viagem ou as condições de estadia no país.

Os brasileiros também foram os mais barrados nos aeroportos da França em 2010, com 673 casos.

Queda

O Brasil mantém a primeira posição entre as entradas negadas nos aeroportos europeus desde que a Frontex começou a contabilizar o dado, em 2008, mas a agência destaca que o número de casos caiu 24% no ano passado em relação a 2009.

"A razão está relacionada à crise econômica. Com menos oportunidades de emprego, a UE se tornou um destino menos atrativo para os imigrantes. Por isso houve uma queda significativa no tráfego aéreo para a UE, inclusive a partir do Brasil", explicou à BBC Brasil Izabella Cooper, porta-voz da Frontex.

Em segundo lugar, muito atrás do Brasil, estão os Estados Unidos, com 2.338 cidadãos barrados às portas da UE em 2010, o equivalente a 4,8% do total, seguidos de Nigéria, com 1.717 barrados, e China, com 1.610.

Apenas outros dois países latino-americanos estão entre as dez nacionalidades mais recusadas nas fronteiras aéreas europeias: Paraguai, em sexto lugar, com 1.495 entradas negadas, e Venezuela, em décimo, com 1.183.

De maneira geral, considerando também fronteiras terrestres e marítimas, os brasileiros foram a quarta nacionalidade mais recusada pela UE no ano passado, com 6.178 negativas, o equivalente a 5,7% do total.

Em primeiro lugar ficaram os ucranianos, que responderam por 17% do total, com 18.743 negativas, seguidos de russos, com 9.165 negativas, e sérvios, com 6.990.

Ilegais detectados

No ano passado a Frontex também detectou 13.369 brasileiros vivendo ilegalmente em algum país da EU, a maioria deles em Portugal, Espanha e França.

O número representa 3,8% do total de residentes ilegais identificados no bloco em 2010 e coloca o Brasil na sexta posição da lista, liderada por Marrocos, com 6,3% do total.

Na frente dos brasileiros também ficaram os cidadãos do Afeganistão, Albânia, Sérvia e Argélia.

Nenhum outro país da América Latina figura entre os dez primeiros entre as nacionalidades com mais ilegais detectados. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

FISCALIZAÇÃO DAS FRONTEIRAS

Rodrigo Pimentel comenta sobre as iniciativas de fiscalização das fronteiras - GLOBO, BOM DIA BRASIL, Segunda-feira, 27/06/2011

De acordo com Rodrigo Pimentel, cerca de 30 mil armas são apreendidas no Brasil todos os anos. A maioria dessas armas passam pela fronteira, por isso a importância da apreensão dessas armas antes de chegarem ao Brasil.

CONTRABANDISTAS EM AÇÃO

Fantástico flagra a ação de contrabandistas na fronteira do Brasil - REDE GLOBO, FANTÁSTICO, 26/06/2011


DESCONTROLE - TONELADA DE MACONHA PASSA PELA FRONTEIRA E É APREENDIDA NA TABAÍ-CANOAS/RS


PRF e BM apreendem carga de 1,2 tonelada de maconha na Região Metropolitana. Droga estava distribuída em dois carros que foram abordados na BR-386 - ZERO HORA E DIÁRIO GAÚCHO, online, 26/06/2011

Um carregamento estimado em 1,2 tonelada de maconha, que tinha como destino a Região Metropolitana de Porto Alegre, foi apreendido na noite deste domingo em uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Brigada Militar (BM), na rodovia Tabaí-Canoas (BR-386), em Montenegro.

A entrega da droga no Estado estava sendo monitorada pela polícia havia algumas semanas. A informação de que o carregamento chegaria neste domingo, no entanto, só foi repassada aos policiais poucas horas antes da abordagem.

Assim que tiveram a confirmação de que a maconha vinda do Paraguai chegaria à noite em Canoas, o setor de inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) acionou policiais rodoviários do posto de Montenegro. Em conjunto, as duas polícias montaram uma barreira junto ao posto da PRF.

Durante a abordagem foram interceptados um Vectra, roubado em Canoas em abril, e um Golf, roubado em Brasília, ambos com placas frias do Mato Grosso Sul. Os veículos eram conduzidos, respectivamente por um homem e uma mulher, residente em Canoas e que já teria sido presa por tráfico.

Os policiais não tiveram dificuldade de encontrar a maconha. A droga estava distribuída no porta-mala e no banco de trás dos dois veículos.


Foto: Divulgação/PRF

— A droga não estava escondida. Não havia disfarce — conta o comandante do CPM, coronel Silanus Mello.

A investigação agora tentará apurar quem seriam os traficantes gaúchos que fizeram a encomenda. Os veículos e a droga foram levados para a Polícia Federal (PF) em Porto Alegre.

sábado, 25 de junho de 2011

EUROPA VOLTARÁ A TER CONTROLE INTERNO DE FRONTEIRAS

UE decide restringir liberdade de circulação dentro do bloco. Medida foi motivada por êxodo de refugiados em meio à primavera árabe. Refugiados tunisianos chegam à ilha de Lampedusa, na Itália. REVISTA VEJA. Com agência EFE.

A União Europeia (UE) decidiu, nesta sexta-feira, restringir a liberdade de circulação dentro do bloco de forma temporária para circunstâncias excepcionais, informou à agência de notícias Efe o porta-voz de Justiça e Interior do Conselho Europeu. A determinação se refere aos casos que envolvam fluxos maciços de imigrantes, impossibilitando a um estado membro o controle de suas fronteiras. A medida é defendida por um conjunto de países, liderado por França e Itália, devido à entrada em seus países de refugiados que tentam escapar da onda de revoltas no Norte da África.

A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, apresentará em setembro uma proposta para modificar o regulamento do acordo da “Europa sem fronteiras”. As mudanças devem estabelecer novos critérios para as exceções ao princípio de livre circulação, garantido pelo acordo de Schengen. Segundo as conclusões aprovadas nesta sexta-feira, o bloco decidiu introduzir um mecanismo de salvaguarda para lidar com essas circunstâncias excepcionais.

"Esse mecanismo só poderia ser colocado em andamento em situações excepcionais e claramente definidas, quando alguma parte da fronteira exterior sofrer uma forte e inesperada pressão ou quando um estado membro descumprir suas obrigações", acrescenta o texto ao qual a agência Efe teve acesso.

O documento determina que a Agência de Controle de Fronteiras (Frontex) receberá apoio técnico e material antes da reintrodução de controles fronteiriços. Se não for suficiente, e "em última instância", o acordo desta sexta-feira permite "autorizar o restabelecimento dos controles", embora por um prazo limitado, especifica o texto.

A primavera árabe completou seis meses em 17 de junho. A data refere-se à morte de um jovem vendedor ambulante, na Tunísia, que ateou fogo ao próprio corpo em um protesto contra o confisco de suas mercadorias pela polícia. O gesto detonou uma série de manifestações que levou à queda do ditador tunisiano Zine el Abidin Ben Ali, no poder havia 23 anos, e incendiou o mundo árabe.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Aqui no Brasil estas medidas parecem ser desnecessárias, pelo comportamento passivo dos governantes diante da livre passagem e tráfico de drogas, pessoas, armas, munição, valores, animais, contrabando e descaminho.

A RECEITA FORA DO PLANO ESTRATÉGICO DE FONTEIRA

Em 8 de junho a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas para ampliar o controle e a vigilância nas fronteiras terrestres do País. O projeto visa a neutralizar o crime organizado, reduzir os índices de criminalidade, coordenar e planejar a execução de operações militares e policiais e intensificar a presença das Forças Armadas na faixa de fronteira.

O que chamou a atenção no Plano Estratégico de Fronteiras foi a ausência da Receita Federal, que evidencia uma situação que o Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) vem denunciando nos últimos anos: a distância entre as ações da administração central da Receita Federal e as políticas prioritárias do governo.

Cabe destacar que a Receita Federal, de acordo com a legislação, tem precedência sobre os demais órgãos no controle aduaneiro. É, portanto, no mínimo, estranha essa situação, já que prioritariamente o órgão e seus servidores são os responsáveis por controlar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos e mercadorias de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, ou embarque e desembarque de viajantes, procedentes do exterior ou a ele destinados.

A segurança das fronteiras terrestres do Brasil definitivamente entrou na pauta do governo, que agora adota medidas efetivas para cobrir uma extensão de quase 17 mil quilômetros de divisas com dez países. As ações serão executadas em 11 Estados e 710 municípios, que abrangem uma população de 10,9 milhões de brasileiros. É nesse contexto que se faz necessário questionar o que tem feito a administração da Receita Federal no que diz respeito ao controle aduaneiro. Todas as ações serão executadas sem a participação do órgão, que é o único que mantém presença, ainda que deficitária, na maioria dos 31 pontos de passagem terrestre ao longo da faixa do território que vai do Oiapoque (RR) ao Chuí (RS). A Receita Federal não apenas se omite, mas atua em sentido contrário, ao reduzir a presença de servidores nesses postos de fiscalização.

O Sindireceita já denunciou no livro Fronteiras Abertas - Um Retrato do Abandono da Aduana Brasileira, lançado em dezembro de 2010, a precariedade dessas unidades. Por meio de medidas administrativas a Receita vem reduzindo o efetivo de servidores que atuam nos postos de fronteira. Uma dessas medidas, que segue em sentido contrário ao esforço feito pelo governo federal, foi a edição do Decreto n.º 7.213/2010, que prevê que as atividades de fiscalização de tributos em operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas apenas por auditor fiscal.

Na prática, a mudança no Regulamento Aduaneiro retira os analistas tributários das atividades de fiscalização, controle e combate ao contrabando, tráfico de armas, drogas, munições e outros crimes. A própria direção do órgão parece não se importar com o fato de que em muitos pontos da fronteira a presença do Estado brasileiro é exercida apenas por analistas tributários, que são os responsáveis pelas ações de vistoria veículos, bagagens e demais atividades de controle aduaneiro, que estão deixando de ser executadas.

Essa medida é mais um exemplo das contradições internas da Receita Federal, que ao tomar decisões dessa natureza fragiliza ainda mais o já comprometido trabalho de fiscalização nas fronteiras e, ao invés de melhorar a atuação do Estado, age na contramão da solução desse grave problema.

Relatos de servidores chegam de todas as partes do País dando conta de que a situação denunciada no livro do Sindireceita se torna pior a cada dia. Um dos principais problemas está na redução do efetivo em unidades importantes, como a Inspetoria de Tabatinga, no Amazonas. Em 2010, quando visitada pela equipe do Sindireceita, o efetivo da Inspetoria era de apenas dois servidores - um auditor e um analista tributário. Hoje a unidade conta apenas com um servidor, que é responsável pelo controle aduaneiro nessa região da tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru. No começo da semana passada a direção nacional do Sindireceita recebeu a comunicação de que a Superintendência da Receita Federal da 2.ª Região Fiscal, que compreende os Estados da Região Norte, pretende retirar 11 analistas tributários das alfândegas do Porto de Belém e do Aeroporto Internacional da mesma cidade, transferindo esses servidores das áreas de fiscalização para atividades-meio do órgão.

Num momento em que o País está atento ao debate sobre a necessidade de mais investimentos em segurança, é preciso chamar a atenção de todos para o quadro dramático da aduana brasileira. Cabe mais uma vez lembrar que o controle aduaneiro está diretamente ligado ao combate ao flagelo da insegurança pública. O Brasil não conseguirá superar esse obstáculo se não retomar o efetivo controle de suas fronteiras, o que envolve o combate incessante ao tráfico de drogas, armas e munições, ao contrabando e à pirataria. Sem mais servidores e investimentos em infraestrutura, aquisição e manutenção de veículos adaptados a cada região, o Estado brasileiro seguirá travando uma batalha desigual contra o crime organizado, que conhece e explora todas essas deficiências.

Em meio a tantas denúncias, é ainda mais constrangedor perceber que, em reforço à visão tosca que a administração central tem sobre a área aduaneira, parte das soluções para os problemas emperra no corporativismo exacerbado de gestores que fazem a opção por defender privilégios de uma categoria de servidores, tendo a oportunidade de decidir em favor da sociedade e do País.

Neste momento em que a fragilidade da aduana brasileira está exposta, é preciso também ficar atento a atitudes oportunistas de grupos interessados muito mais em manter a situação atual do que realmente agir em favor da sociedade.

SÍLVIA FELISMINO, PRESIDENTE DO SINDIRECEITA - O ESTADO DE SÃO PAULO, 25/06/2011

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Pois é. Este artigo acompanha o que eu tenho dito sobre a atual e falaciosa política de segurança nas fronteiras. É de uma visão tosca e amadora que chega a envergonhar quem trabalha na área e, em especial, o governantes e policiais de fronteira dos países desenvolvidos. Foca apenas um lado do problema, utiliza recursos sem comprometimento, usa agentes não especializados, organiza ações sem sistema e estabelece perspectivas utópicas num quadro disperso e técnicamente desagregado. É mais um plano imediatista, superficial, inoperante fadado ao insucessso e gargalhadas dos bandidos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

BRASIL - PRINCIPAL ROTA DE COCAÍNA PARA A EUROPA

Relatório da ONU aponta que Brasil é principal rota de passagem da cocaína rumo à Europa - JORNAL NACIONAL, Quinta-feira, 23/06/2011

A comprovação está nas apreensões feitas nos países europeus de droga que tinham passado pelo Brasil. Em cinco anos, os flagrantes subiram mais de dez vezes.



Brasil é o país que mais teve apreensões de drogas com destino à Europa - 23/06/2011 às 16h41m - O Globo

BRASÍLIA - O Brasil foi o país da América a registrar o maior número de apreensões de cocaína com destino à Europa em 2009. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2011, da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentado nesta quinta-feira, o número de apreensões da droga com destino a outros países subiu de 25 em 2005 para 260 em 2009. Nesse período, a quantidade apreendida passou de 339 kg para 1.500 kg. Já as apreensões totais (incluindo aquelas para consumo interno) subiram de oito toneladas em 2004 para 24 toneladas em 2009, quando 1.600 kg foram apreendidos em cinco aeronaves interceptadas.

Segundo o relatório, os mercados globais de cocaína, heroína e maconha diminuíram ou se mantiveram estáveis, ao contrário dos opioides e de novas drogas sintéticas, que apresentaram crescimento. O cultivo ilícito de papoula - matéria-prima do ópio e da heroína - e de coca - planta a partir da qual se produz cocaína - ficou limitado a poucos países, mas a produção dessas drogas ainda é significativa.

O relatório mostra ainda que 210 milhões de pessoas, cerca de 4,8% da população mundial com idade entre 15 e 64 anos, consumiu ao menos uma vez alguma droga ilícita em anos anteriores. Já o uso problemático de drogas atingiu 0,6% da população nessa faixa etária. O relatório informa também que houve um aumento da procura por substâncias que não estão no sistema de controle internacional, como as piperazinas e a catinona.

domingo, 19 de junho de 2011

AS FRONTEIRAS DO BRASIL

OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 18/06/2011

Com 15.719 km de fronteiras com dez países, o Brasil, além de exposto ao contrabando de mercadorias, está na rota do tráfico de drogas e armas. Nas zonas fronteiriças mais povoadas do Sul, esses crimes têm sido combatidos com alguns resultados, mas a entrada no País de cocaína e outras drogas se faz principalmente através de vias terrestres ou fluviais em regiões de florestas ou escassamente habitadas, na fronteira com a Bolívia e o Paraguai, bem como no chamado trapézio amazônico, na confluência das fronteiras do Brasil com o Peru e a Colômbia. Agora, depois de o orçamento da Polícia Federal ter sido ameaçado de corte, o governo anuncia um Plano Estratégico de Fronteiras, prevendo-se uma verba de R$ 120 milhões para sua implementação este ano. "O compromisso com esse programa é tão grande", disse a presidente Dilma Rousseff, que o vice-presidente Michel Temer foi escolhido para coordená-lo. Espera-se que a iniciativa sinalize o fim de um longo período de imobilismo com relação à vigilância e fiscalização das fronteiras nacionais.

Na realidade, não se trata exatamente de um plano detalhado, mas de diretrizes para as ações que o governo federal pretende empreender para fortalecimento dos controles na faixa de fronteira e combate à criminalidade. O grande peso desse trabalho continuará recaindo sobre a Polícia Federal, que deverá ser consideravelmente reforçada. O primeiro eixo do plano é a Operação Sentinela, de caráter permanente, que contará com o dobro dos efetivos da Polícia Federal que nela atuam atualmente. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo já identificou 34 pontos em que exercerá patrulhamento mais rigoroso.

A maior novidade foi o acordo assinado pelos ministros da Justiça e da Defesa prevendo uma inédita ação coordenada, dos órgãos federais de segurança pública e das Forças Armadas. A autorização legal para essa atuação conjunta já existia desde 2004 (Lei 117/04), mas era praticamente ignorada, e poderá ser decisiva tanto sob o aspecto logístico, uma vez que os traficantes traçam caminhos em áreas de difícil acesso, como também sob o aspecto de inteligência e ação militar, já que o Exército mantém 22 Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) em seis Estados. A tecnologia também avança nos dois Ministérios. O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), gerido pelo Ministério da Defesa, conta com radares que podem interceptar aviões sob suspeição de tráfico ou contrabando. E a Polícia Federal deverá utilizar ainda este ano dois veículos aéreos não tripulados (Vant) para patrulhamento de fronteiras.

O governo também dá um novo escopo à ação integrada entre os órgãos federais e estaduais. Uma experiência de conjugação de esforços que teve início em Foz do Iguaçu (PR), em abril, foi o modelo dos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira (GGIF), a serem instalados em todos os Estados fronteiriços, e que funcionarão no âmbito do Ministério da Defesa. Isso concorrerá para facilitar ações emergenciais, como as previstas pela Operação Ágata, mobilizando contingentes da Polícia Federal, das Forças Armadas, das Polícias Militares dos Estados e, eventualmente, da Força Nacional de Segurança. Será criado também um Centro de Operações Conjuntas (COC).

O ministro José Eduardo Cardozo prometeu divulgar periodicamente os resultados das ações conjuntas. De fato, a imprensa tem divulgado a apreensão aqui e ali de grandes volumes de drogas e armas nas áreas de fronteiras e a detenção de pessoas incriminadas, mas não existem balanços oficiais que permitam comparação com períodos anteriores e uma avaliação consistente dos esforços do governo.

Seja como for, o que se espera é o controle das fronteiras e isso dependerá, em grande medida, da cooperação dos governos dos países limítrofes, não só para a troca de informações, como para iniciativas policial-militares conjuntas. Para isso, serão necessários entendimentos diplomáticos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A falta de controle passa pela inexistência de um patrulhamento permanente ao longo das fronteiras que só poderá ser exercida por organização com a atribuição específica de executar o monitoramento e o patrulhamento permanente ao longo das fronteiras brasileiras, pois a Polícia Federa, a Força de Segurança e as Forças Armadas possuem outras prioridades e funções. Estas poderiam auxiliar, apoiar com logísitica e inteligência e reforçar quando necessário as ações da Polícia Nacional de Fronteiras que seria a organização certa para esta missão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PROPINA NO CENTRO COMERCIAL DO PARAGUAI

Brasileiros pagam propina para atravessar um dos maiores centros de comércio do Paraguai. JORNAL HOJE, Sexta-feira, 17/06/2011

A corrupção nas ruas de um dos maiores centros de comércio do Paraguai continua. Os envolvidos no esquema ficam de plantão nas esquinas e nas saídas de estacionamentos. Brasileiros são as principais vítimas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

TRÁFICO DE PESSOAS ALIMENTA PROSTITUIÇÃO BRASILEIRA NOS EUA

Rede de tráfico e prostituição de brasileiras é desbaratada nos EUA - BBC BRASIL, 15 de junho, 2011

A Justiça americana anunciou na terça-feira a prisão de cinco membros de uma suposta gangue que teria ajudado a traficar centenas de imigrantes ilegais – em sua maioria brasileiros – para os Estados Unidos. Grande parte da “clientela” do grupo era composta por mulheres obrigadas a se prostituir nos Estados Unidos.

Nacip Teotonio Pires, de 47 anos, Rubens Da Silva, de 39, Sanderlei Alves Da Cruz, de 31, Francismar Da Conceição, de 36, e Claudinei Pereira Mota, de 34, foram presos entre sexta e terça-feira em operações policiais nas cidades de Newark, em Nova Jersey, Haverhill, em Massachusetts, e em Houston, no Texas.

Uma sexta suposta integrante da gangue, cujo nome foi identificado apenas como Priscilla L.N.U., foi indiciada com o grupo mas está foragida.

Prostituição

Segundo a Justiça federal do Estado de Nova Jersey, os seis cobrariam entre US$ 13 mil (R$ 20,6 mil) e US$ 25 mil (R$ 39,6 mil) para levar os imigrantes aos Estados Unidos, dependendo da rota de viagem e se a pessoa pagava adiantado ou em parcelas após chegar ao destino.

Muitas dessas pessoas eram mulheres jovens brasileiras obrigadas a trabalhar como dançarinas em clubes de stiptease ou como prostitutas para pagar as dívidas com a gangue.

De acordo com a acusação, a gangue obrigava os imigrantes a pagar ameaçando suas famílias no país de origem ou exigindo a transferência de títulos de propriedade de imóveis como garantia antes das viagens.

Eles teriam estabelecido duas rotas para o envio dos imigrantes ilegais a partir de São Paulo – uma via Cidade do México e outra pelo Caribe.

A investigação sobre o grupo inclui grampos autorizados nos celulares dos acusados, que interceptaram as negociações entre eles.

Segundo a Justiça americana, se os acusados forem considerados culpados, podem ser condenados a penas de até dez anos de prisão e multas de até US$ 250 mil.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A TRAPAÇA BOLIVIANA

- OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 14/06/2011


Contando, como sempre, com a passividade dos países vizinhos, o presidente da Bolívia, Evo Morales, inventou uma forma surrealista de aumentar a arrecadação de impostos. Decreto promulgado em La Paz na semana passada premia com a legalização os ladrões e receptadores de veículos sem documentação que circulam naquele país, se pagarem um tributo especial no prazo de 15 dias. Com isso, estima-se que o governo boliviano poderá arrecadar o equivalente a R$ 320 milhões. Bem a seu estilo populista-confiscatório, Evo Morales justificou a medida como um benefício para os mais pobres, pois "todos têm direito a ter seu próprio carro". Trata-se de um claro incentivo à criminalidade, que não pode passar sem protesto por parte do Brasil, de onde provém a imensa maioria dos carros e caminhões furtados ou roubados.

Veículos roubados em todo o País, quando não são recuperados pela Polícia, vão para o desmanche de peças ou acabam na Bolívia ou no Paraguai. A ação policial nessa área está longe de ser satisfatória. Segundo cálculos da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados (Fenaseg), 377.250 veículos foram furtados no Brasil em 2010, sendo resgatados 47%, ou 176.381. Com isso, milhares de cidadãos são prejudicados, alguns deles, como os caminhoneiros, perdendo o seu meio de subsistência. Além disso, as indenizações que as seguradoras devem pagar estão em contínuo crescimento. Preocupada, a Fenaseg encaminhou ofício ao Itamaraty salientando que a decisão tomada pelo governo boliviano representa uma ameaça à segurança pública, contribuindo para o aumento da violência, já que equivale a um salvo-conduto para veículos roubados em outros países.

Informa-se que os governos do Brasil, Chile, Paraguai e Peru vão enviar listas de veículos roubados para evitar que sejam legalizados. Mas isso pouco ou nada valerá. Os veículos contrabandeados não têm a placa original e os ladrões raspam os números de identificação dos chassis. Na realidade, as autoridades policiais preveem que o contrabando aumente a curto e longo prazos. Nos últimos dias, notícias vindas da Bolívia dão conta de que cresceu o fluxo ilegal de carros para o país vizinho provenientes do Brasil e do Chile. A expectativa é de que, com o precedente aberto, o governo de La Paz promova, de tempos em tempos, outros festivais de legalização de veículos roubados para cobrir rombos nos cofres públicos. A alegação do governo boliviano de que, depois dessa "anistia", agirá com mais rigor contra o contrabando de carros não passa de desculpa esfarrapada.

O roubo e contrabando de carros está estreitamente ligado ao tráfico de drogas e de armas, inclusive o que é comandado de dentro dos presídios, com ramificações em vários Estados. Os veículos funcionam menos como meio de transporte de drogas do que como moeda de troca para aquisição de cocaína.

A situação é particularmente delicada em Mato Grosso, que tem 953 km de fronteira com a Bolívia, sendo 750 km de fronteira seca, em zonas urbanas e rurais. Lá foram registrados 2.568 furtos e 2.030 roubos de veículos em 2010. Além disso, é por Mato Grosso que os carros surripiados em outros Estados atravessam as fronteiras. O comandante do Grupo Especial de Fronteira, que atua em municípios vizinhos à Bolívia, informa que 300 veículos foram recuperados em 2010, mas, se persistir o indulto de Morales aos criminosos, a recuperação de carros será comprometida.

O ato malandro do presidente Evo Morales é contestado em seu próprio país. A oposição pretende recorrer ao Tribunal Supremo de Justiça e motoristas profissionais, que se sentem lesados, prometem greve. Os já frágeis pilares da economia de mercado na Bolívia também serão abalados. Os importadores e revendedores de veículos praticamente não terão mercado. Será extremamente difícil encontrar clientes dispostos a pagar o preço normalmente praticado de um automóvel ou caminhão enquanto existir oferta de carros roubados, vendidos com desconto e, ainda por cima, legalizados.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O pior é a omissão e passividade daqueles que governam o Brasil por delegação de seu povo. Que governantes são estes que aceitam um país vizinho afrontar as vidas e o patrimônio de seu povo?

CONTRABANDO DE CARRO - BOLIVIANOS PROTESTAM

LEI POLÊMICA - Bolivianos protestam contra carros ilegais - ZERO HORA 14/06/2011

Uma medida que cria polêmica na Bolívia – e gera desconforto no Brasil – paralisou o transporte público boliviano ontem. Descontentes com a aprovação da lei que permite a regularização de carros sem documentos, anunciada semana passada, motoristas bolivianos protestaram ontem. Quatro em cada 10 carros que circulam irregularmente no país são brasileiros, segundo estimativas da polícia no Brasil.

Em La Paz, a falta de ônibus foi quase total, obrigando as pessoas a caminhar ou conseguir outro meio de transporte. Na região de Santa Cruz, praticamente não houve adesão à greve, convocada pelo Sindicato dos Motoristas. Para os sindicalistas, a medida do governo incentiva a ilegalidade, pois a venda de muitos destes veículos financia o tráfico de drogas – e os carros roubados aumentam a frota de táxis, que rivalizam com os ônibus.

O Ministério da Economia boliviano havia previsto registrar cerca de 10 mil veículos em 15 dias, mas o número foi muito maior. Apenas até o sábado, o terceiro dia de vigência da medida, mais de 30 mil automóveis haviam sido inscritos. Destes, 4,3 mil já foram reprovados por irregularidades. Outra alegação dos sindicalistas é que a regularização da frota ilícita causaria problemas de abastecimento. Mas o governo, que subsidia o combustível, alega que os veículos ilegais já abastecem normalmente, pois circulam com placas falsas ou em áreas rurais.

No Brasil, a preocupação é diferente: a lei boliviana torna ainda mais difícil o retorno dos carros roubados ou furtados no Brasil que entram em território boliviano. Segundo o delegado Denis Maximino, de Cáceres (MT), na fronteira com a Bolívia, chegam à região carros roubados sobretudo no Sudeste, mas também no Sul e no Nordeste:

– A medida é um estímulo ao furto e roubo de veículos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quem deveria protestar é o brasileiro exigindo do nosso Governo medidas de retaliação, pois a Bolívia está criando problemas para a ordem pública em nosso país. Sabe-se que estes carros que o Governo boliviano quer legalizar tem sangue, terror, crueldade e sacrifício de seus verdadeiros donos. Se o Governo brasileiro se omitir, estará desprezando as consequências e fomentando novas vítimas, abandonando seu próprio povo e deixando de garantir direitos fundamentais devidos a ele.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

OPERAÇÃO CONTRA O TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS SINTÉTICAS

Combate ao crime. PF faz ação no Rio e em mais três estados contra quadrilha de classe média acusada de tráfico internacional - 09/06/2011 às 09h45m; O Globo


RIO - Policiais federais realizam, desde o início da manhã desta quinta-feira, a operação Open Air, para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.

A ação, executada em conjunto Ministério Público Federal do Rio, é para capturar um bando composto por jovens de classe média que usavam "mulas" para enviar cocaína até a Holanda. Essas mesmas "mulas" retornavam ao Brasil trazendo drogas sintéticas na bagagem. Até agora, oito pessoas, sendo um fornecedor holandês de drogas sintéticas, já foram presas.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, sendo nove no Rio, quatro em Florianópolis, dois em Fortaleza e um em São Paulo.

SOBRE AÇÕES E BOAS INTENÇÕES

SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi - zero hora 09/06/2011


Excelentes os planos de integração entre Forças Armadas e polícias diversas, anunciado ontem pelo Ministério da Justiça. Agora resta torcer para que saiam do papel. Uma das promessas é de que o efetivo da Operação Sentinela, que a Polícia Federal desencadeia nas fronteiras, será aumentado em 100%.

Em época de cortes orçamentários, é preciso ver para crer.

O Ministério da Defesa anuncia há tempos planos de criar 30 pelotões de operações ribeirinhas da Marinha nas fronteiras, mais 28 pelotões de fronteira do Exército (que se somariam aos atuais 21) e criação de novas bases aéreas de aviação de caça. Há promessa ainda de usar Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants).

A realidade, hoje, é bem outra. Os dois Vants da PF estão parados, por falta de acordos e verba. Das 11 bases móveis anunciadas pelo ex-presidente Lula para atuar nas fronteiras com Peru, Bolívia, Colômbia e Paraguai, só duas foram montadas: uma junto ao território paraguaio e outra no Alto Solimões (Amazonas com Peru). É preciso lembrar que só com os países andinos são 7,7 mil quilômetros de fronteira...

Mesmo que tudo ainda esteja no terreno das boas intenções, é possível ter esperança. Na década de 50, o número de militares do Exército na Amazônia era de apenas 2 mil. Pulou para cerca de 17 mil no final da década de 80, chegou a 25 mil nas últimas duas décadas e a previsão é que alcance 27 mil soldados em breve, quando for concluída a transferência de unidades militares do Sul e Sudeste para a Amazônia, processo iniciado ainda na década de 90. Os dados são do Ministério da Defesa. Oxalá aconteça.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Concordo que, diante da inoperância atual, são "excelentes os planos de integração entre Forças Armadas e polícias diversas, anunciado ontem pelo Ministério da Justiça", porém os acho insuficientes na medida que cairão novamente no limo diante de outras prioridades destas forças envolvidas. Será mais uma iniciativa que por ser, superficial e imediatista, ficará no "papel". Esta "Operação Sentinela" pretendida pela União só será eficaz se contar com uma POLÍCIA NACIONAL DE FRONTEIRAS devidamente estruturada, equipada e posicionada ao longo das fronteiras contando com agentes formados, capacitados, adestrados e motivados executando o patrulhamento permanente ao longo das fronteiras brasileiras. Infelizmente, os Governantes continuam investindo em forças tarefas com policiais e militares de várias organizações desviados de suas funções precípuas, desprezando a qualidade, a permanência e o comprometimento de uma instituição específica para cumprir a missão e objetivo pretendido com qualidade e eficácia.

PLANO ESTRATÉGICO DE FRONTEIRAS - ABIGEATO É O ALVO NO RS

GUILHERME MAZUI, colaborou Luciane Kohlmann/RBS TV - zero hora 09/06/2011

Dentro do Plano Estratégico de Fronteiras, o Rio Grande do Sul deverá contar com pelo menos um Centro de Operações Conjuntas. Próxima ao Uruguai, Bagé é a cidade mais cotada pelo ministério da Justiça para receber a estrutura, em até dois meses.

Santana do Livramento, também vizinha dos uruguaios, e Uruguaiana, fronteira com a Argentina, são outros municípios cotados para receber o gabinete. O principal crime a ser combatido na fronteira gaúcha é o abigeato.

– Em muitos pontos da nossa fronteira seca os países estão separados por uma cerca. Algumas quadrilhas matam os animais, outras apenas derrubam a cerca e tropeam o gado para o país vizinho – relata o delegado Alessandro Lopes, da Polícia Federal (PF) de Santana do Livramento.

Além do tráfico de drogas, Lopes aponta as armas e munições como problemas. A legislação branda do Uruguai, em comparação ao Brasil, facilita a compra dos artefatos.

– Os fuzis chamam muita atenção, mas o que mais se compra no Uruguai são pistolas, fáceis de cruzar a fronteira no tráfico formiguinha – explica.

Prestes a deixar a superintendência da PF no Estado, o delegado Ildo Gasparetto aponta o contrabando de agrotóxicos como um crime que merece atenção. Com preços mais atrativos, agrotóxicos entram no Brasil sem certificações legais, um risco à saúde.

– São produtos altamente tóxicos, venenos que chegam às nossas mesas – aponta Gasparetto.

Os delegados acreditam que a troca de informações de inteligência entre órgãos de segurança e o aumento dos efetivos na faixa de fronteira terão resultados. Relator da CPI da Violência Urbana, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) frisa a necessidade de uma fiscalização mais intensa no Rio Uruguai, com o uso de fuzileiros navais. Nas próximas semanas ele irá sugerir a medida ao coordenador do plano, o vice-presidente Michel Temer.

Pimenta defende bonificações aos agentes lotados em postos de fronteira, como prevê o plano.

– Em geral, quem é designado para trabalhar em fronteiras faz força para deixar a região. Sou a favor de que esse pessoal ganhe adicionais. O Estado precisa aumentar sua presença nessas regiões – afirma.

INTEGRAÇÃO PARA VIGIAR FRONTEIRAS



Ministérios da Justiça e da Defesa estarão à frente de um plano estratégico para frear a ilegalidade nas divisas brasileiras - ZERO HORA 09/06/2011

Horas antes de empossar a nova titular da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff anunciou, ontem, diante de dezenas de representantes de forças de segurança, a mobilização de dois dos principais ministérios na fiscalização de fronteiras. Integrados, os ministérios da Defesa e Justiça contarão com o orçamento inicial de R$ 120 milhões para implementar o Plano Estratégico de Fronteiras nos 16.886 quilômetros de divisa.

O plano fazia parte das promessas de campanha de Dilma. Ao assumir, no entanto, a presidente foi criticada justamente pelo contrário: cortes no orçamento de 2011, como a redução de R$ 89,8 milhões (disponibilizados em 2010) para R$ 58 milhões em diárias e locomoção na Polícia Federal (PF), estariam comprometendo ações nas fronteiras.

– Meu comprometimento com esse programa é tão grande que escolhi meu vice-presidente (Michel Temer) para coordenar as ações dentro do governo – disse Dilma.

Além de Temer, estiveram no lançamento os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Nelson Jobim (Defesa). O plano tem por base duas operações, uma permanente (Sentinela) e outra pontual (Ágata), em locais que necessitem de atenção especial por determinado tempo. Ambas deverão ter ações integradas entre polícias Federal, Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança, com apoio logístico das Forças Armadas.

Serão criados os Centro de Operações Conjuntas (COC), onde estarão reunidos comandantes das forças de segurança para acompanhamento em tempo real, um deles, possivelmente, em Bagé. Segundo Jobim, já foram identificados 34 pontos vulneráveis que servirão de base para que o COC planeje as operações. Para Operação Sentinela, Cardozo promete “elevação de 100% do efetivo empregado atualmente pelo Ministério da Justiça”.

A área de atuação do plano abrangerá mais de 2,3 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a 27% do território nacional. Na linha divisória entre Brasil e 10 países, estão 11 Estados, 710 municípios e 10,9 milhões de pessoas. Dilma afirmou que o plano terá de integrar inteligência e tecnologia para proteger área tão extensa:

– Não podemos supor que faremos isso colocando em fileira homens para proteger os 16 mil quilômetros de fronteira. Vamos é utilizar uma ação que será de um lado de permanência e do outro de surpresa, e que garantirão uma forte presença nossa no combate ao crime.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

FORÇAS ARMADAS NA DEFESA CIBERNÉTICA

Exército se arma para defender o espaço cibernético brasileiro. Forças Armadas inauguram no segundo semestre o Centro de Defesa Cibernética, com cem militares focados na proteção das redes militares e governamentais - 08 de junho de 2011 - Bruno Lupion / SÃO PAULO - Estadão.com.br

No final do ano passado, um vírus de computador criado para atacar o programa nuclear iraniano conseguiu danificar as centrífugas de enriquecimento de urânio de uma importante usina daquele país. A empresa que descobriu o vírus, batizado de Stuxnet, o definiu como o "protótipo de uma cyber-arma que dará início a uma nova corrida armamentista no mundo". O incidente revelou um novo campo de batalha aberto pelo desenvolvimento tecnológico - a guerra cibernética.

Alinhado à sua tradição pacifista, o Brasil não planeja lançar ataques nesse campo, mas começa a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. No segundo semestre do ano, as Forças Armadas inauguram seu primeiro Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), que reunirá cerca de cem oficiais do Exército em um prédio nos arredores de Brasília.

"O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intencionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas", afirmou ao estadão.com.br o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber. Uma vez inaugurado, o novo órgão será dirigido pelo general de divisão José Carlos dos Santos.

O centro vem sendo preparado há cerca de um ano e terá como objetivo coordenar e integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica. Será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de artefatos maliciosos na rede e centro de tratamento de incidentes.

Gonçalves destaca duas características da guerra cibernética que dificultam as atividades de defesa. Uma delas é a assimetria, que faz com que uma força reduzida e bem treinada consiga causar danos em forças muito maiores. "Quanto mais sofisticada é a rede de um país, mais ela está suscetível a ataques cibernéticos", diz o coronel.

O outro elemento é a anonimidade, que prejudica a identificação do autor do ataque. Em geral, a agressão virtual é realizada por meio de computadores-zumbis, pertencentes a usuários comuns, que nem sabem que suas máquinas foram invadidas e estão servindo a outras pessoas. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

AÇÃO MILITAR - EXÉRCITO APREENDE 250 KG DE DROGAS

Exército: Operação Atalaia apreende 250 kg de drogas - O GLOBO, 06/06/2011 às 23h37m; Paulo Yafusso, especial para O Globo


CAMPO GRANDE - Após seis dias, a Operação Atalaia terminou nesta segunda-feira com a apreensão de 250 quilos de drogas, principalmente maconha, e vários produtos contrabandeados como pneus, cosméticos, cigarros, roupas e brinquedos. A operação mobilizou 890 homens do Exército ligados ao Comando Militar do Oeste (CMO), que fiscalizaram os 650 quilômetros de fronteira com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, 24 horas por dia.

Embora o volume de apreensões seja considerado pequeno, diante do aparato mobilizado, o tenente-coronel Giovani Moretto, da Comunicação Social do CMO, afirmou que o resultado foi satisfatório. Segundo ele, o objetivo era treinar os militares e estreitar o relacionamento com outras instituições, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Foram utilizados 124 veículos, sendo 30 blindados. Boa parte dos blindados foi colocada nos locais onde houve barreiras nas rodovias que dão acesso ao Paraguai. Os militares montaram 97 postos de bloqueio. Como legalmente o Exército tem poder de polícia na faixa de 150 quilômetros da fronteira, nas barreiras foram instaladas estruturas para o registro de autos de prisão. No entanto, ninguém foi preso.

Operação serviu para treinar militares

Segundo Moretto, como essa ação não tem a finalidade de prender criminosos, mas sim de treinar os militares, as datas foram divulgadas com antecedência:

- O nosso objetivo foi o de adestrar os nossos militares, por isso (a operação) foi divulgada antecipadamente. Mas outras operações serão realizadas e aí não serão anunciadas antes. Mas a Operação Atalaia trouxe reflexos secundários, porque com a nossa presença nas estradas as pessoas procuraram outros meios (de transportar mercadorias contrabandeadas), e aí as outras unidades de segurança atuaram - disse o militar.

Durante o fim de semana passado, policiais militares do pelotão da rodoviária de Campo Grande apreenderam em ônibus quase meia tonelada de contrabando, principalmente roupas.

Foram feitas mais de duas mil abordagens a veículos de turistas, de transporte de cargas e passageiros durante a operação. Até mesmo quem trafegava a pé ou de bicicleta pelas rodovias onde foram montadas barreiras foi parado para verificação de documentos. Equipes do Ibama também participaram do monitoramento, auxiliando os militares no combate aos crimes ambientais, principalmente o transporte de madeira extraída ilegalmente.

O tenente-coronel Moretto afirmou que o Exército passará a ter presença mais efetiva nas ações na fronteira, com a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron). Segundo ele, o projeto da estrutura de funcionamento do Sistema fica pronto até setembro deste ano e, a partir de 2012, o projeto será implantado inicialmente na Amazônia e depois no Centro-Oeste.

O Sisfron prevê a utilização de aeronaves não tripuladas e equipamentos de visão infravermelho, que permitem a visualização mesmo no escuro. Com isso, todos os dados de monitoramento das fronteiras serão centralizados, o que vai facilitar o planejamento das ações.

CONTRABANDISTAS TINHAM AUXÍLIO DE POLICIAIS


OPERAÇÃO EM TRÊS ESTADOS. Contrabando de cigarros tinha auxílio de policiais - GUILHERME MAZUI, ZERO HORA 08/06/2011

Após um ano de investigações, a Polícia Federal desmontou uma quadrilha que comercializava todos os meses cerca de 5 milhões de maços de cigarros paraguaios no Rio Grande do Sul e Uruguai. O grupo contava com o apoio de policiais de Santa Catarina e Paraná.

Com a primeira prisão realizada na segunda-feira, em Santana do Livramento, a Operação Loki foi deflagrada na manhã de ontem, com 157 agentes federais, 36 homens da Força Nacional de Segurança Pública e 15 da polícia militar catarinense. A ação cumpriu 41 mandados de prisão nos três Estados do sul do país, 21 só em cidades gaúchas, como Frederico Westphalen, Santana do Livramento, Cruz Alta e Porto Alegre.

Coordenada pela PF catarinense, em Dionísio Cerqueira, até o final da tarde a ação havia prendido 38 suspeitos, entre eles dois policiais rodoviários do Estado do Paraná e cinco policiais militares de cidades do Oeste de Santa Catarina. Os três foragidos são gaúchos, de Frederico Westphalen, onde foram cumpridos 12 mandados. Os presos podem ser indiciados por formação de quadrilha, contrabando e descaminho.

Comprada em Ciudad del Eeste, no Paraguai, a carga entrava no Brasil por Foz do Iguaçu e, em comboios de carros, seguia para entrepostos em Francisco Beltrão e Realeza, municípios do Paraná. Após, os pacotes tomavam o destino do Rio Grande do Sul. Com a ajuda dos policiais, que recebiam propina para repassar aos contrabandistas informações sobre as barreiras de fiscalização, o cigarro chegava a Frederico Westphalen, principal base da organização no Estado.

– Em Frederico estava um dos mentores da quadrilha. A cidade funcionava um posto de distribuição, pois o foco do comércio do cigarro contrabandeado estava no Rio Grande do Sul e em Montevidéu – explica o delegado catarinense Ildo Rosa, integrante da operação, que, durante os 12 meses de investigações, já havia prendido mais de 30 pessoas em flagrante, apreendido pelo menos 36 veículos e 1,1 milhão de maços de cigarro.

Integrantes da quadrilha com dupla nacionalidade ou uruguaios faziam o cigarro entrar no país vizinho, conforme o delegado Alessandro Lopes, da PF santanense, que comandou as ações no Estado, e deflagrou paralelamente a Operação Comodoro II, visando a entrada ilegal de produtos uruguaios no Brasil, como CDs e DVDs, além de bebidas alcóolicas.


A trilha do esquema

- Em Ciudad del Este, a quadrilha comprava cigarros negociando em guarani. A mercadoria entrava no Brasil por Foz do Iguaçu, no Paraná.

- De Foz do Iguaçu, a carga era levada em carros para entrepostos como Francisco Beltrão e Realeza.

- Com ajuda de policiais rodoviários do Paraná e de policiais militares de Santa Catarina, o cigarro vencia as barreiras de fiscalização e entrava no Rio Grande do Sul. Próxima à divisa, Frederico Westphalen era o principal entreposto da carga no Estado.

- A mercadoria seguia para cidades gaúchas como Palmeira das Missões, Cruz Alta, Santa Maria, Rosário do Sul, Bagé, Santana do Livramento, Rio Grande, Cachoeirinha, Canoas e Porto Alegre.

- Parte dos carregamentos seguia para o Uruguai por Santana do Livramento e Aceguá, meios para chegar a Montevidéu.

PLANOS DO NOVO SUPERINTENDENTE REGIONAL DA PF NO RS

Os planos do novo chefe da PF no Estado - JULIANA BUBLITZ, 08/06/2011

Rosalvo Ferreira Franco, novo superintende regional da Polícia Federal no Estado
Agente da Polícia Federal (PF) desde 1985, o homem escolhido para assumir a Superintendência Regional do órgão no Rio Grande do Sul não pretende escolher entre o Grêmio ou o Inter. Filho de pai jogador, o paulista Rosalvo Ferreira Franco, 50 anos, diz que não abre mão do time do coração, o Palmeiras, mas adianta:

– Me sinto identificado e com orgulho de agora definir-me também como gaúcho.

Enquanto preparava a mudança para Porto Alegre – a cerimônia de posse está marcada para terça-feira –, Franco respondeu por e-mail, ontem, uma entrevista sobre seus planos. Entre outras revelações, garantiu que, sempre que puder, estará na linha de frente das operações, mas, alheio aos holofotes, deixou claro que não pretende aparecer mais do que os feitos de sua equipe. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Zero Hora – O senhor assume a PF gaúcha em um momento especial, no qual a instituição goza de grande prestígio. Em decorrência disso, a demanda pela PF também vem aumentando. Como o senhor pretende lidar com isso, levando em conta que o órgão sofreu cortes no orçamento?

Rosalvo Ferreira Franco – A PF tem consciência do quanto seu prestígio junto à sociedade aumenta sua responsabilidade. Assumo o cargo certo de que não nos faltará apoio do governo federal para superarmos as dificuldades orçamentárias. Ademais, a excelente gestão conduzida pelo delegado Gasparetto (Ildo Gasparetto, que está deixando a superintendência para se tornar adido da PF em Buenos Aires) nos dá tranquilidade.

ZH – O Rio Grande do Sul tem uma fronteira seca de 700 quilômetros, por onde passam ilegalmente armas, drogas e munição. Como resolver o problema?

Franco – Contamos com a constante dedicação dos nossos servidores, das parcerias com outras forças da segurança pública e, sobretudo, com o resultado do Plano Estratégico de Fronteiras, que será lançado amanhã (hoje), no Palácio do Planalto. Queremos participar de forma efetiva deste novo esforço em prol do controle de nossas fronteiras.

ZH – O senhor atuou na Delegacia de Repressão a Entorpecentes em Rondônia e no Paraná. Que experiência traz disso?

Franco – De fato, toda minha carreira na PF é marcada pela atuação no combate ao tráfico. Além do trabalho que desenvolvi nestes dois Estados, coordenei ações em outros locais do Brasil, o que permite uma visão de conjunto dos problemas derivados do tráfico. Cada região do Brasil tem marcas e características que a fazem peculiar.

ZH – O senhor está prestes a assumir pela primeira vez uma superintendência regional e tem fama de ser avesso a holofotes e muito reservado. Como pretende agir?

Franco – É certo que o cargo de superintendente regional da PF no Rio Grande do Sul reflete a importância do Estado no contexto nacional, o que aumenta nossa responsabilidade. Quanto aos holofotes, trabalhamos para o Brasil, por meio de uma das suas principais instituições, de forma que é a PF e seus resultados.

ZH – Qual é seu estilo de trabalho? Vai para a linha de frente com os agentes?

Franco – É de comprometimento total com a missão da PF por meio do exemplo. Como agente, seja como delegado, não declinei das oportunidades de liderar colegas em ações diretas contra o crime. Certamente que as responsabilidades de gestor de uma unidade tão importante da PF não me permitirão acompanhar diligências externas com a frequência que gostaria, mas sempre que possível estarei lá.

ZH – Como vai ficar a relação da PF com a Polícia Civil e a Brigada Militar?

Franco – Em todo o Brasil, a PF preserva excelentes relações com as polícias estaduais, e tenho conhecimento de que não é diferente no Rio Grande do Sul. Trabalharei para manter e aperfeiçoar estes laços, em benefício da segurança pública.

ZH – Aqui, todos são gremistas ou colorados. O senhor vai torcer para que time?

Franco – Bem, ainda que admire os dois times, nasci e permanecerei torcedor apenas do Palmeiras, time em que meu pai jogou profissionalmente. Mas sou sabedor de que arrojo, ousadia e capacidade de trabalho são a marca do povo gaúcho e me sinto identificado e com orgulho de agora definir-me também como gaúcho.

SERVIDORES DA PF PROTESTAM CONTRA TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

PROTESTO NACIONAL - Servidores da PF paralisam hoje - ZERO HORA 08/06/2011

Servidores administrativos da Polícia Federal (PF) paralisam as atividades hoje em todo o país, em protesto contra a terceirização de postos de trabalho no órgão. Conforme a assessoria de comunicação da PF, a paralisação não deve afetar serviços como a emissão de passaportes, justamente porque 90% dos funcionários são terceirizados.

Ainda de acordo com a PF, as atividades policiais também devem seguir normalmente, bem como o cadastro de porte de armas, o controle de produtos químicos e o atendimento a estrangeiros.

terça-feira, 7 de junho de 2011

CONTRABANDO - QUADRILHA TRAZIA CIGARROS DO PARAGUAI

Operação da Polícia Federal prende 12 suspeitos de contrabando no RS. PMs estavam envolvidos em um esquema de contrabando de cigarros - ZERO HORA E DIÁRIO CATARINENSE, 07/06/2011, 11h56min

Uma operação da Polícia Federal prendeu nesta manhã 12 pessoas no Rio Grande do Sul suspeitas de contrabando de cigarros. No total, devem ser cumpridos 41 mandados de prisão preventiva em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. No estado catarinense, cinco policiais militares de Santa Catarina foram presos na manhã desta terça-feira em uma operação da Polícia Federal.

Além dos policiais catarinenses, outros dois Policiais Rodoviários do Paraná foram presos. Pelo menos 25 mandados já foram executados. O Delegado da PF Ildo Rosa acredita que até o fim da manhã o restante deva ser cumprido.

A operação batizada como Loki teve início em junho de 2010 e até ação desta terça-feira haviam sido presas 32 pessoas e apreendidos 36 veículos — seis deles roubados — e 1,1 milhão de pacotes de cigarros. De acordo com a PF, o esquema de contrabando movimenta cerca de 5 milhões de pacotes de cigarros por mês.

De acordo com a PF, o cigarro contrabandeado pela organização é do Paraguai e era distribuído em pelo menos 16 cidades: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha do Itaipú, Céu Azul, Cascavel e Curitiba, no Paraná; Campo Erê Saltinho e São Miguel do Oeste, em Santa Catarina e Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Cruz Alta, Santana do Livramento, Rio Grande, Cachoeirinha e Porto Alegre, no Rio grande do Sul.

Os cigarros eram contrabandeados ainda para Montevidéu no Uruguai, onde uma pessoa também foi presa.

Loki é coordenada pela PF de Santa Catarina com o apoio dos outros dois estados do Sul. As ações estão concentradas no município de Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense.

COMANDADA DO PRESÍDIO, QUADRILHA TRAFICAVA PELA FRONTEIRA

Quadrilha comandada do presídio é presa em Coxim, REDE GLOBO, MS - 01/06/2011

Os rios Paraguai e Taquari eram rota dos traficantes presos nesta quarta-feira (1º) em Coxim, no norte do estado. A quadrilha, comandada de dentro do presídio, por dois irmãos, abastecia três estados do país com cocaína trazida da Bolívia.

AUTORIDADES AVALIAM SITUAÇÃO DAS FRONTEIRAS

Governo avalia denúncias feitas sobre fronteiras brasileiras. Na última reportagem da série, repórteres mostram a facilidade para contrabandear gasolina entre Brasil e o Peru. JORNAL NACIONAL, Edição do dia 06/06/2011



Na última reportagem da série sobre a situação das fronteiras brasileiras, os repórteres do Jornal Nacional mostram como é fácil contrabandear gasolina entre Brasil e o Peru. E o que diz o governo sobre as denúncias apresentadas no Jornal Nacional.

Um rio mais agitado que muita avenida de cidade grande. O combustível que movimenta Tabatinga, no Amazonas, é gasolina peruana, contrabandeada.

Basta atravessar o Solimões: tanques a céu aberto, em postos improvisados. E 90% da clientela são brasileiros, atraídos pelo preço baixo.

Uma vendedora diz que o litro está custando R$ 2. Então compensa pagar porque vai pagar R$ 3,20 no Brasil. A comerciante peruana também vende no atacado e dá desconto: “100 litros vezes 1.6, te sai a R$ 160”.

Na nossa margem, uma bela lancha da Receita Federal está quebrada faz um ano. “Tem que passar pelos processos normais de licitação para contratação da manutenção e a nossa expectativa é que ela volte à operação o mais rápido possível”, declarou o subsecretário de Aduanas da Receita Federal, Ernani Checucci.

De Tabatinga, no Amazonas, a equipe desceu 1,8 mil quilômetros até Cáceres, no Mato Grosso. É uma das principais portas de entrada hoje de toda a cocaína que é produzida na Bolívia e abastece o tráfico no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outras capitais brasileiras. Apesar de toda a gravidade dessa situação, a Receita Federal não tem gente suficiente para fazer fiscalização 24 horas por dia na região.

Nos postos de controle de Norte a Sul do Brasil, a Receita Federal tem apenas 600 funcionários. Para dar conta do recado, faltariam 430, segundo o Sindicato dos Analistas Tributários.

“A Receita Federal está, sim, atenta a essa questão de servidores. Os recursos disponíveis são limitados. Este ano, estamos com 618 milhões de mercadorias apreendidas. Esse tem sido o recorde do trimestre em relação ao ano passado”, afirmou o subsecretário.

Nos lugares onde falta fiscalização rigorosa, o crime organizado aproveita. “Quando se faz uma apreensão de 300, 400 quilos de cocaína, você pode ter certeza que 20 vezes isso já passou”, disse o juiz Alex Figueiredo.

Não é pela terra, nem pela água. Hoje, a maior parte da cocaína produzida na Bolívia entra no Mato Grosso pelo ar. As quadrilhas usam, cada vez mais, pequenos aviões para cruzar a fronteira e a droga, literalmente, cai do céu.

“Os aviões saem da Bolívia, dão rasantes em faixas próximas a da fronteira e fazem esse arremesso do entorpecente. Não há tempo hábil para fazer essa interceptação, em várias das vezes”, destacou delegado da Polícia Federal Dennis Máximino du Ó.

As duas bases da Aeronáutica mais perto da região estão fora do estado: uma fica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e a outra em Porto Velho, Rondônia. A Justiça defende a presença permanente da Força Aérea em Cáceres.

“Para interceptar a entrada de aviões e ter mais, vamos dizer assim, agilidade”, disse o juiz Carlos Roberto Barros dos Santos.

Espionagem à distância para surpreender a ação do tráfico e do contrabando. Um galpão perto de Foz do Iguaçu, no Paraná, guarda, desde março, o Vant: avião de vigilância operado por controle remoto. Mas o que está impedindo o novo equipamento de levantar voo para valer? É falta de dinheiro?

“Infelizmente, eu não falo de recursos financeiros. Eu falo de recursos e situações legais. O Vant deverá estar sobrevoando as fronteiras brasileiras entre agosto, setembro deste ano”, declarou o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

O orçamento do Ministério da Justiça perdeu R$ 1,5 bilhão este ano. Policiais federais que trabalham nas fronteiras reclamam que estão sentindo o corte na pele. “Nós estamos tendo, infelizmente, restrições de toda forma, de verba, combustível e por aí vai. A União tem que dar uma atenção em breve a essa região de fronteira porque a criminalidade tem invadido bastante”, afirmou o delegado federal Chang Fan.

“Eu acredito que as nossas fronteiras são vulneráveis, infelizmente”, admitiu o ministro.

O ministro da Justiça falou em Brasília sobre as denúncias que estamos mostramos no Jornal Nacional desde a semana passada na série especial sobre as nossas fronteiras terrestres.

Repórter: Como o senhor vê essa questão da falta de recursos para o monitoramento das fronteiras?

“Há uma orientação muito clara da presidente Dilma Rousseff para que essa situação seja tratada como prioridade. É por essa razão inclusive que a partir do plano que estamos estruturando e que será agora divulgado foram alocados recursos necessários para fazermos essa intervenção”, garantiu ele.

Repórter: O senhor vai botar mais policiais federais nas fronteiras?

“Nós vamos aumentar os recursos materiais e humanos na perspectiva de execução desse plano”, afirmou.

domingo, 5 de junho de 2011

POLÍCIA E EXÉRCITO ENFRENTAM FALTA DE RECURSOS E ESTRUTURA

Polícia e Exército enfrentam falta de recursos e de estrutura para operar nas fronteiras - JORNAL NACIONAL - Sábado, 04/06/2011

Há 22 mil quilômetros de rios navegáveis, para apenas 21 pelotões de fronteira. E os crimes a combater são muitos: extração ilegal de madeira, garimpo clandestino, tráfico de drogas e biopirataria.



As dificuldades do Exército para patrulhar 22 mil quilômetros de rios e mata fechada. Na quinta reportagem da série sobre a situação das nossas fronteiras, você acompanha o trabalho de quem tem a missão de proteger o território brasileiro. César Tralli. Maturacá, AM - JORNAL NACIONAL, Edição do dia 04/06/2011

Além de contrabandistas e traficantes, polícia e Exército enfrentam a falta de recursos e de estrutura para operar em estradas, no campo e na floresta. Selva amazônica, nua e crua. Maturacá é terra de índios ianomâmis. Para chegar ao local, voamos 800 quilômetros de Manaus rumo a São Gabriel da Cachoeira. Lá, pegamos helicóptero e viajamos mais 130 quilômetros.

A selva é a vida dessa gente. E com uma selva desse tamanho, tem que pegar muita estrada, muito rio, para tentar vigiar os 11 mil quilômetros de fronteira amazônica. Garimpo clandestino, extração ilegal de madeira, biopirataria e tráfico de drogas.
Os desafios são muitos: barco carregado tem abordagem na certa. Mas uma constatação favorece os criminosos: 22 mil quilômetros de rios navegáveis, para apenas 21 pelotões de fronteira. “Não tenho dúvida de que é muito pouco. E a estratégia nacional de defesa já está pensando no aumento significativo dessa tropa”, declarou general Luís Carlos Gomes Mattos, chefe do Comando Militar da Amazônia.

Após sete horas de voadeira, cai a luz. É hora de parar. “Aqui, a gente tem a presença de onça. A gente vai montar um fogo para tentar impedir que essa onça chegue até o nosso acampamento”, explicou o sargento Edvaldo José Pacheco, do Departamento de Operações de Fronteira.

Foi durante uma pausa no meio da selva que o pelotão especial encontrou quatro traficantes colombianos, que tentavam fugir do Brasil. “Tiveram uma apreensão de armamentos, fuzis, pistolas, munição e perto de R$ 1 milhão”, conta o militar.

De Maturacá, na Amazônia para Laguna Carapã, em Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai. No Mato Grosso do Sul, uma força policial também se destaca pela missão perigosa - e por que não dizer impossível - de patrulhar área de fronteira, escancarada para todo tipo de crime. Ao todo, 96 policiais têm o desafio de vigiar 500 quilômetros com o Paraguai e a Bolívia. A 1h30, a patrulha parou dois carros em uma estrada de terra perto do Paraguai. E um dos carros não tem nem banco mais. Está todo adaptado para transportar contrabando.

O motorista acabou confessando para os policiais que ele deixou uma carga enorme de meias trazidas do Paraguai. “Infelizmente, sem a carga, não podemos fazer nada”, diz o policial.

O efeito surpresa é a principal tática do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). Às 16h, eles montam bloqueio a 150 quilômetros do Paraguai.

Laércio Santos da Silva diz que é motorista de van no Rio de Janeiro e que a camionete da maconha foi encomenda de um contato dele. Ele acaba revelando também que ia entregar a droga na Dutra.

Enquanto isso, os policiais encontram droga em toda lataria do carro. A caminhonete está recheada de tabletes de maconha. No total, 172 quilos de maconha paraguaia que cruzou a nossa fronteira em Ponta Porã. Só este ano, o DOF já apreendeu mais de 7,5 toneladas de drogas. Alívio ou ainda mais preocupação? “Infelizmente, o número de policiais é inferior ao número de pessoas que fazem coisas erradas”, comentou o sargento Edvaldo José Pacheco.

Na selva do crime, na selva de fato, quem luta contra fronteiras escancaradas, não vive de ilusão, vive um dia após o outro.

“A sensação é de que nós temos um ideal a cumprir”, declara um capitão do Exército. “A minha parte eu estou fazendo e quero fazer da melhor forma possível”, aponta um policial DOF. “Eu consegui tirar essa droga de circulação”, comemora outro policial.

FALTA DE POLICIAMENTO FACILITA O TRÁFICO

Falta de policiamento facilita o tráfico de drogas e armas nas fronteiras do Centro-Oeste - 02/04/2002

A cada 10 quilômetros, estradas sem controle ligam o Mato Grosso e a Bolívia. Nelas, circulam cocaína produzida na Bolívia e carros roubados no Brasil.

sábado, 4 de junho de 2011

TRAFICANTES ALICIAM ÍNDIOS E AMEAÇAM JUÍZES



Traficantes aliciam índios nas fronteiras e ameaçam juízes - JORNAL NACIONAL, Edição do dia 02/06/2011

Criminosos usam adultos e crianças para transportar drogas. De dois anos para cá, 26 juízes já sofreram intimidações do crime organizado, na faixa de fronteira que vai do Paraná até Rondônia. Muitos estão jurados de morte.
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Na série especial de reportagens que o Jornal Nacional apresenta nesta semana sobre as fronteiras do Brasil, César Tralli mostra, nesta quinta (2), como os traficantes de drogas transformam índios em reféns e como os juízes que enfrentam esses criminosos vivem sob ameaça o tempo todo.

A mãe chora de vergonha de saber que o filho de 12 anos foi flagrado escondendo maconha na aldeia. O garoto carregava oito quilos da droga em uma mochila que recebeu de um traficante paraguaio.

“Se o segurança não visse, ele completaria o serviço. Porque não sei aonde ele iria levar”, disse o cacique Jonas Batista.

O menino contou que ganharia R$ 40 para deixar a maconha em uma estrada.

Em menos de dois anos, 40 crianças da Aldeia Taquaperi (MS) já foram descobertas trabalhando para traficantes. A maioria delas ajudava a levar maconha passando por dentro da propriedade indígena. Algumas crianças chegaram a esconder tabletes e mais tabletes da droga, atrás de armazéns, depósitos e até mesmo da escola da aldeia.

“Nós tivemos relatos de indígenas que caminham uma distância muito grande carregando 20, às vezes 30 quilos de maconha, a pé ou em bicicleta, por dentro das fazendas, das aldeias”, declarou o juiz criminal César de Souza Lima.

Na região de Amambai, em Mato Grosso do Sul, são 15 mil índios em cinco aldeias, encostadas na fronteira com Capitán Bado, Paraguai. É aí que mora o perigo.

“Há muito tempo já foi identificado como sendo um corredor da passagem da maior parte da maconha que entra no Brasil”, explicou o promotor de justiça Ricardo Rotunno.

Capitán Bado já foi esconderijo do traficante Fernandinho Beira-Mar. É uma das cidades mais violentas que fazem fronteira com o Brasil.

“Quantas vezes for feita uma barreira de surpresa vai pegar traficante aqui”, afirmou o juiz criminal.

Do lado brasileiro, a única delegacia é da Polícia Civil, com apenas uma delegada e um investigador. “Eu não posso tentar ser heroína aqui porque eu não sei se eu sobreviveria”, disse a delegada Marina Conceição.

A cadeia pública da região está superlotada com mulas do tráfico. Entre os presos, 36 índios, que hoje pagam caro pelo pouco que receberam de patrões da droga. Um deles conta que recebia apenas R$ 10 para transportar a droga.

Reféns de traficantes, em busca da paz perdida, índios voluntários agora vigiam as terras da aldeia Limão Verde. Batem o mato à procura de fardos de maconha.

“Eu já peguei até de oito quilos de maconha com um guri de 9 anos”, contou o cacique Nelson Castelão.

Caciques que combatem o tráfico hoje são ameaçados. Não são os únicos nas nossas fronteiras.

A equipe do Jornal Nacional viajou mais 1,3 mil quilômetros rumo ao norte, para o vizinho Mato Grosso.

“As ameaças começaram logo em seguida a uma operação grande que teve aqui. Eu decretei várias prisões no Brasil”, lembrou o juiz cível Alex Figueiredo.

O juiz de Cáceres ficou com escolta policial por um ano. “Durante bom tempo eu só dormia com remédio”, contou ele.

De dois anos para cá, 26 juízes já sofreram intimidações do crime organizado, na faixa de fronteira que vai do Paraná até Rondônia.

Muitos estão jurados de morte. “Eu não tenho vida social nenhuma. A minha família vive vigiada”, disse o juiz criminal Carlos Roberto de Campos.

“Eu não sabia se eles iam entrar para me pegar meu filho, me fazer algum mal”, contou a juíza Hanae.

A juíza Hanae teve a casa furada a balas. Por sorte, ninguém se feriu. Foi vingança de traficantes do Mato Grosso, que a juíza mandou para a cadeia. “A gente atrapalha.

Eles estão preocupados em estar lá distribuindo droga para o resto do país. Eles têm que ficar preocupados com a juíza que está lá no pé deles, está fazendo busca e apreensão todos os dias na casa”, disse ela.

Para os que aplicam a lei, para os que sofrem em terra sem lei. A vida de ameaças na fronteira ensina uma mesma lição: não abaixar a cabeça.

“A grande maioria dos juízes jamais vai se acovardar ou se intimidar com esse tipo de ação dos bandidos”, afirmou a juíza.

“Não vou desistir. Eu tenho direito de educar as crianças, se o pai e a mãe não têm condições de educar”, disse o cacique Jonas Batista.

“Quero combater o traficante para poder melhorar a nossa aldeia”, disse o cacique Nelson Castelão.

A Funai informou que realiza nas aldeias indígenas atividades de esclarecimento e conscientização em relação às drogas e que o combate ao tráfico é feito em parceria com as forças policiais.

A Polícia Federal declarou que, no último ano, apreendeu mais de 22 toneladas de maconha e quase duas de cocaína nas regiões de fronteira de Mato Grosso do Sul.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CONTRABANDO - 500 MIL MAÇOS DE CIGARROS


Mais de 500 mil maços de cigarros são apreendidos em sítio em Minas Gerais - O GLOBO, 03/06/2011 - O Globo


SÃO PAULO - Cerca de 500 mil maços de cigarros contrabandeados foram apreendidos pela Polícia Militar de Minas Gerais no município de Guarani e levados à sede da Polícia Federal em Juiz de Fora na noite desta quinta-feira. Segundo o delegado regional da PF em Juiz de Fora, Claudio Nogueira, os cigarros estavam em 990 caixas que estavam sendo colocadas em três caminhões, uma carreta e um Fiorino.

A apreensão foi feita depois de uma denúncia anônima. Os policiais fizeram campanha perto de um sítio e viram a movimentação de caminhões. Quando eles começaram a ser carregados, foi feita a abordagem. Um dos caminhões tinha ainda fundo falso. Nove pessoas foram presas.

O dono dos cigarros contrabandeados ainda não foi localizado. Nogueira afirma que o suspeito já responde a outros processos por venda de cigarro contrabandeado em toda a região da Zona da Mata e é investigado há três anos.
- Pelo que parece, ele continua no ramo e está dominando toda a região - diz o delegado da PF.

Os cigarros são de marcas paraguaias e encontram mercado no Brasil devido ao preço baixo. Diante da grande quantidade, a PF quer acelerar a destruição do material para desocupar espaço.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

CONTRABANDO EM CARRO ENVOLVIDO EM ACIDENTE


Veículo de São Miguel das Missões é flagrado com agrotóxicos contrabandeados - A NOTÍCIA de São Luiz Gonzaga/RS, 1/06/2011

Motorista causa acidente e é preso com agrotóxicos contrabandeados em Miraguaí
Um carro e uma moto se envolveram num acidente por volta das 15hs de terça-feira, 30, na estrada que liga a cidade de Miraguaí à localidade de Água Fria, interior do Município. Segundo a Polícia, o motorista de um Corsa Sedan, placa de São Miguel das Missões, não obedeceu a ordem de parada da Brigada Militar e durante a fuga atingiu uma motocicleta.

O motociclista, um adolescente, teve lesões leves e foi socorrido ao Hospital Santo Antônio. O motorista do Corsa foi detido pela Polícia. Ele não portava Carteira Nacional de Habilitação e a documentação do veículo estava vencida. Além disso, o Corsa Sedan estava em situação de busca e apreensão.

E mais: no porta-malas do carro os brigadianos encontraram 29 pacotes de agrotóxicos de origem paraguaia, cada pacote com 100 gr de veneno. O condutor do Corsa ainda tentou atropelar um policial militar, que sacou uma arma e efetuou disparo contra um dos pneus.

REBANHOS E CRIANÇAS LEVADAS PELOS CRIMINOSOS



Criminosos levam rebanhos e crianças do Brasil para outros países. A terceira reportagem da série sobre as nossas fronteiras mostra a atuação de criminosos que levam rebanhos e até crianças do Brasil para países vizinhos.- JORNAL NACIONAL, REDE GLOBO, 01/06/2011

Vítimas do campo pediram proteção a empresas de segurança. Assim nasceu o serviço particular de patrulha rural. Em Corumbá, no MS, o crime organizado controla redes de prostituição. Jovens são aliciadas para vender o corpo dos dois lados da fronteira.

Foi-se o tempo em que cerca representava proteção no campo. “Em um círculo de 20 a 25 quilômetros, no máximo, nas redondezas, faltaram aproximadamente 300 cabeças de bovinos. Gado que deve estar sendo passado pela fronteira”, disse o fazendeiro Miguel Souza Trindade.

E haja fronteira. O Rio Grande do Sul tem mais de 700 quilômetros só com a Argentina e outros mil com o Uruguai.

Em longos trechos, os dois lados se confundem. E aí criminosos de lá, em parceria com os daqui, aproveitam.

Os ataques são geralmente muito bem planejados. As quadrilhas derrubam porteiras, abrem buracos na cerca e usam caminhões para levar o gado embora. Quanto mais perto da fronteira, mais fácil e bem sucedida é a ação dos ladrões.

“É bem feito, que ninguém vê, nem eu nem os vizinhos. Nem rastro deixam”, destacou um fazendeiro.

“Os cordeiros estavam berrando, buscando a mãe. Fui fazer uma contagem, estavam faltando umas ovelhas”, lembrou Ciro.

Umas não, muitas! Seu Ciro logo se deu conta de que os ladrões tinham levado 88 ovelhas de uma só vez.

“O caminhão carrega e rapidamente consegue fazer o cruzamento e pega vias vicinais de difícil fiscalização dentro do Uruguai”, explicou o major Márcio Galdino, da Polícia Militar do RS.

Do alto, a equipe do Major Galdino já conseguiu localizar e ajudar a recuperar um rebanho furtado de 105 ovelhas.

Mas final feliz assim ainda é raro. Fazendeiros do Rio Grande do Sul já chegaram a se reunir em milícias. Como mostrou o Jornal Nacional, na primeira série sobre as nossas fronteiras, em 2002.

Hoje, é outra reação ao mesmo crime. As vítimas do campo foram buscar ajuda na cidade. Pediram proteção às empresas de segurança, acostumadas a trabalhar com bancos, indústrias e o comércio. Assim nasceu o serviço particular de patrulha rural.

Em apenas um ano, só uma empresa já monitora 39 fazendas de gado em região de fronteira.

Entre os crimes tipo exportação, ou seja, do Brasil para fora, também está o tráfico de mulheres para exploração sexual. Em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, o crime organizado controla redes de prostituição. Jovens são aliciadas para vender o corpo dos dois lados da fronteira.

É possível ver nas ruas escuras perto da Bolívia, nos bares de turismo sexual, onde é grande a procura por menor de idade.

“Quanto mais jovem, mais valiosa para esse mercado de exploração sexual”, explicou um homem.

Foi atrás de cocaína que uma garota de 14 anos aceitou carona de um boliviano e atravessou a fronteira para cair em uma armadilha em Porto Quijarro.

“Comigo, no mesmo hotel, era eu e mais seis meninas. Todas brasileiras. Tinha menina que conversava com a gente chorando, que queria ir embora, que os caras não deixavam”, lembrou.

Ela conta que recebia droga para se prostituir. E que depois de dois meses nessa situação conseguiu escapar do hotel. “Eu sofri muito lá. Sofri demais”.

Para a família de Livia, de Corumbá, ter a fronteira perto de casa é uma agonia sem fim. Ela está desaparecida faz 11 meses. A polícia prendeu o homem acusado de sequestrá-la e investiga se a menina de 7 anos foi vendida para exploração sexual na Bolívia.

“A fronteira é desguarnecida, entra e sai crianças e adolescentes a qualquer hora”, declarou a delegada de Polícia de Corumbá, Priscilla Arruda Vieira.

“Eu tenho esperança de que ela está viva em algum lugar. E uma pessoa boa um dia vai encontrar e vai devolver ela”, lamenta a avó.

A Polícia Federal informou que instaurou mais de 400 inquéritos nos últimos cinco anos sobre o tráfico de pessoas na região e que a ocorrência de roubo de gado caiu 70% desde a implantação da parceria com as polícias Militar e Civil do Rio Grande do Sul.

AJUSTANDO O AMADORISMO

Referente à matéria anterior do Estado de São Paulo (01/06/2011) em que o Ministro da Defesa admite necessidade de 'ajustes na fronteira' para combater tráfico, coordenando ações entre Brasil, Colômbia, passo a refletir:

"Ajustes" quer dizer que ele manterá o quadro de inoperância continuando a realizar operações midiáticas para mascarar a imagem de eficiência do Governo e assim tranquilizar a opinião popular. Este descaso é que tem facilitado as ações da bandidagem, dos senhores das armas, dos traficantes, dos "coiotes", dos "mulas", dos sonegadores, dos contrabandistas e dos "lavadores de dinheiro".

O Brasil precisa de um Sistema Nacional de Ordem Pública capaz de diagnosticar, criar estratégias, instituir instrumentos, propor leis e desenvolver políticas mais eficazes de preservação da ordem pública no Brasil, em especial às voltadas para o controle e segurança nas fronteiras por onde passam vários crimes como lavagem de dinheiro, contrabando, descaminho, furto de carros e tráfico de pessoas, drogas, armas e animais.

Nestas se inclui a urgente criação de uma POLÍCIA NACIONAL DE FRONTEIRAS, uma polícia específica e preparada para executar o policiamento ostensivo e velado, o patrulhamento permanente, o monitoramento e o controle das fronteiras do Brasil em conjunto com as Forças Policiais dos países vizinhos e sendo apoiada pela capacidade investigativa da Polícia Federal e pela logística das Forças Armadas.

A União deveria reconhecer a falência das políticas até agora empregadas e deixar de praticar o amadorismo para impor novas estratégias na segurança pública e melhores controles e patrulhamento das extensas e despoliciadas fronteiras do Brasil.

Os tais "ajustes" pretendidos pelo Ministro da Fronteira querem "tornar completo" o que está errado, o que é inoperante, o que não passa de superficial. As fronteiras brasileiras jamais serão policiadas sem uma força policial específica para patrulhar as fronteiras de forma permanente, 24 horas por dia, pois a Polícia Federal e as Forças Armadas já estão atarefadas com suas funções precípuas e não colocarão a devida atenção ao problema.

Vamos ser práticos e profissionais, assim como são os países de primeiro mundo e a nossa vizinha Argentina, sem falar no sistema integrado e desburocratizado do Uruguai.

AJUSTES NA FRONTEIRA

Jobim admite necessidade de 'ajustes na fronteira' para combater tráfico. Ministro da Defesa diz que Brasil, Colômbia, Bolívia e Peru terão ações coordenadas - O ESTADO DE SÃO PAULO, 01 de junho de 2011 | 5h 36


As declarações de Jobim foram feitas durante sua viagem à Buenos Aires, na última semana, para participar da inauguração do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa (CEED), do Conselho de Defesa da Unasul (União Sul-Americana de Nações).

Segundo o ministro, os traficantes de drogas têm utilizado com mais frequência os rios e estradas que ligam o Brasil a seus vizinhos no continente. "Eles têm usado mais a ligação fluvial do que as pistas clandestinas de avião", afirmou.

Jobim viajará no dia 24 de junho para a Colômbia, junto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para reuniões com autoridades colombianas em que serão definidas "operações conjuntas" na fronteira entre os países.

"Precisamos ampliar nossa área de combate ao tráfico de drogas e aumentar a vigilância da Cabeça do Cachorro para baixo", afirmou. A região conhecida como Cabeça do Cachorro fica no Estado do Amazonas, na fronteira com a Colômbia.

Ações coordenadas. O ministro disse ainda que, do lado brasileiro, as ações serão coordenadas entre o Exército, a Força Nacional, a Polícia Federal e a Policia Rodoviária Federal. "Na Colômbia, o combate ao tráfico faz parte dos trabalhos do Exército. E nós vamos atuar conjuntamente", disse.

Ele destacou que, do encontro, sairá um "modelo de ação" que o Brasil vai propor também às autoridades da Bolívia e do Peru, em reuniões que ainda serão agendadas. "No caso da Bolívia e do Peru, atuaremos, principalmente, com a Polícia Federal."

De acordo com Jobim, o número dos pelotões no lado brasileiro das fronteiras será ampliado de 24 para 49 nos próximos meses. Cada pelotão tem pelo menos 90 soldados.

Segundo dados recentes da Polícia Federal, a entrada da cocaína boliviana aumentou no Brasil. "O Brasil passou a ser corredor da cocaína boliviana, que é definida pelos especialistas como de péssima qualidade. Esse assunto virou questão de polícia e de saúde pública também", afirmou um negociador brasileiro.

Em uma palestra recente em Bogotá, o professor Alejandro Gavíria, da Faculdade de Economia da Universidade De los Andes, disse que a produção de cocaína está caindo na Colômbia, mas que o país voltou a ser "passagem" da droga dos países vizinhos para outros países.

"Na guerra contra o narcotráfico, a vitória nunca é definitiva. A produção da folha da coca voltou a ser intensificada na Bolívia e no Peru e caiu na Colômbia. Mas a Colômbia voltou a ser terreno forte para o trafico."

Gavíria afirmou ainda que a logística do tráfico ficou mais sofisticada nos últimos tempos. A prova disso foi a apreensão de um submarino que levaria cocaína para o México. "Se nós, latinos, não assumirmos esse problema conjuntamente, será muito difícil", disse.

Colômbia e Peru são considerados pela ONU como os dois maiores produtores de cocaína do mundo com, respectivamente, 410 toneladas e 300 toneladas produzidas em 2010. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.