quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

TRÁFICO NA FRONTEIRA SUL




PRISÕES NO SUL. Golpe na rede do tráfico na Fronteira. Operação prende 21 pessoas que levavam droga, em carros e ônibus, de Pelotas até Jaguarão - GUILHERME MAZUI E SANCLER EBERT, ZERO HORA 09/02/2011

Ao prender 21 pessoas no sul do Estado durante a Operação Asfixia, realizada ontem, a Polícia Federal desbaratou um esquema que abastecia com crack, cocaína e maconha de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. Fatiada por três grupos, a cidade de 28 mil habitantes recebia drogas, em especial crack, buscadas com carros e ônibus intermunicipais em Pelotas, distante 136 quilômetros.

Os bandos movimentavam dois quilos de crack ao mês, cerca de 10 mil pedras conforme os cálculos da PF.

– Eram três grupos que tinham um acordo para dividir a periferia da cidade. Eles se respeitavam e, inclusive, compravam a droga juntos em Pelotas, a fim de diminuir custos, riscos com as mulas (soldados do tráfico que transportam droga) – explica o delegado Osvaldo Torres, da PF de Jaguarão.

Deflagrada às 7h de ontem, a operação mobilizou cem homens entre agentes federais e da Brigada Militar. Divididos em 17 grupos, cumpriram 20 dos 22 mandados de prisão expedidos pela Justiça, e mais 16 mandados de busca, com dois carros e uma espingarda calibre 22 apreendidos. Um homem ainda foi preso em flagrante com 40 gramas de cocaína, 43 gramas de bicarbonato e um medidor.

Dos 21 detidos, seis eram mulheres. Do total, 17 pessoas foram presas em Jaguarão e quatro em Pelotas. A PF chegou aos suspeitos após oito meses de investigações, que também apontaram a entrada da droga no Uruguai, comprada em pequenas quantidades por usuários. Desde junho, a polícia já havia realizado nove prisões em flagrante e apreendido um quilo de crack, cem gramas de cocaína e 1,5 quilo de maconha.

O esquema

- Em acordo, três grupos de traficantes dividiram a periferia de Jaguarão;

- Para diminuir custos e riscos, os grupos compravam juntos crack, cocaína e maconha em Pelotas;

- A droga era buscada em pequenas quantidades, transportada em carros de passeio e ônibus intermunicipais;

- Um representante dos grupos viajava até Pelotas, onde selecionava a droga e efetuava o pagamento;

- O transporte era feito por uma mula (soldado do tráfico);

- Ao retornar para Jaguarão, a mula entregava a droga aos grupos, que faziam o rateio da droga.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA
- É mais uma operação pontual bem sucedida da eficiênte Polícia Federal, partida de investigação apurada e específica. Cada vez mais o poder e as táticas empregadas por estes criminosos mostram a necessidade do Brasil ter a sua Polícia Nacional de Fronteiras para executar a vigia, o monitoramento e o patrulhamento permanente ao longo das fronteiras do Brasil, trabalhando em conjunto com a Polícia Federal nas operações pontuais.